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Quem era Fernando Villavicencio, candidato à presidência assassinado no Equador

Fernando Villavicencio,  candidato a presidente do Equador, foi assassinado nesta quarta-feira (09). Ele levou três tiros na cabeça depois de sair de um encontro político na cidade de Quito. Em um perfil do Instagram do candidato há vídeos que mostram o atentado, que ocorreu por volta das 18h20 (horário local).

Segundo o jornal “El Universo”, as pessoas que estavam no encontro de campanha ouviram disparos e então notaram que Villavicencio caiu no chão. Ele estava em  5º lugar em uma pesquisa publicada na terça-feira (08).

O presidente do Equador, Guillermo Lasso, confirmou em uma rede social que o candidato foi assassinado.

“Indignado e chocado com o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e condolências à esposa e filhas. Pela sua memória e pela sua luta, garanto-vos que este crime não ficará impune”, comentou Lasso, em seu perfil em uma rede social. 

Lasso informou que o Gabinete de Segurança da Presidência da República fará reunião extraordinária para chegar aos autores do crime.

Trajetória

O trabalho de Fernando Villavicencio ganhou destaque no cenário político e midiático do Equador, onde ele se tornou uma voz crítica e incisiva em relação ao governo e às políticas públicas.

Nascido em 1976, Villavicencio dedicou sua carreira ao jornalismo investigativo e à denúncia de casos de corrupção e abusos de poder. Ele ficou conhecido por ter sido um dos fundadores do portal de notícias “La Fuente”, onde realizou investigações jornalísticas de grande impacto.

Fernando se destacou por sua atuação em casos que envolviam altos funcionários do governo equatoriano. Suas investigações frequentemente abordavam temas sensíveis, como o uso de recursos públicos, nepotismo e possíveis irregularidades em contratos estatais. Seu trabalho contribuiu para lançar luz sobre questões obscuras e fomentar debates sobre transparência no país.

No entanto, a determinação de Villavicencio em expor a corrupção e a má gestão governamental também lhe renderam perseguições. Ele foi alvo de processos judiciais e acusações por parte das autoridades equatorianas, o que gerou preocupações sobre sua segurança e liberdade de expressão.

Em 2013, Villavicencio foi acusado de divulgar informações confidenciais sobre a exploração petrolífera no país. Ele alegou que as acusações eram uma tentativa de silenciar suas denúncias e impedir sua atuação como jornalista investigativo. A situação chamou a atenção de organizações de direitos humanos e defensores da liberdade de imprensa, que denunciaram o caso como uma violação da liberdade de expressão.

Repercussão Internacional

A perseguição enfrentada por Fernando chamou a atenção da comunidade internacional e gerou preocupações sobre o estado da liberdade de imprensa no Equador. Organizações como a Anistia Internacional e o Comitê para a Proteção dos Jornalistas se manifestaram em defesa do jornalista e instaram o governo equatoriano a garantir sua segurança e respeitar seus direitos.

O jornalista passou a ser tratado como um adversário do ex-presidente Rafael Correa. Em 2014, chegou a ser condenado a 18 meses de prisão por injúria por ter dito que Correa ordenou a invasão de homens armados em um hospital da polícia.

Fernando se mudou para o Peru após conseguir exílio político. Anos depois, retornou para o Equador e ingressou na política.