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“Rei do Carbono”: homem é acusado de fraude e ocupação ilegal de terras na Amazônia

(Foto: reprodução/ internet)

No último domingo (18), o Fantástico trouxe à tona um esquema de fraudes envolvendo o médico Ricardo Stoppe Júnior, que é acusado pela Polícia Federal (PF) de apropriação ilegal de terras na Floresta Amazônica. A dimensão da área invadida é equivalente ao tamanho do Distrito Federal, totalizando 538 mil hectares.

O “rei do carbono”

Rei do carbono
(Foto: Freepik)

De acordo com a investigação da PF, Stoppe Júnior, residente de Araçatuba, interior paulista, tem sido investigado por fraudar documentos e grilar terras públicas desde 2004. A apuração revelou que ele teria obtido ganhos significativos, calculados em R$ 180 milhões com projetos de crédito de carbono e R$ 600 milhões com a extração ilegal de madeira.

Stoppe participou da COP28, em Dubai, no fim de 2023. É a conferência do clima da ONU em que governos, cientistas e integrantes da sociedade civil de todo o planeta buscam soluções para a crise climática causada pelo homem. Ricardo ficou conhecido como o “rei do crédito de carbono”, se tornando um dos maiores negociadores desses créditos, uma espécie de moeda ambiental usada na tentativa de redução dos gases de efeito estufa.

A investigação revelou que Stoppe Júnior e seus associados teriam utilizado métodos fraudulentos para modificar documentos antigos, contando com a colaboração de funcionários de cartórios e servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Eles pagaram propinas, variando entre R$ 500 mil e R$ 700 mil, para que esses profissionais atestassem a autenticidade dos documentos falsificados, que incluíam registros com quase 100 anos.

Os documentos investigados indicam que as áreas ocupadas por Stoppe Júnior e seus parceiros estavam, na verdade, localizadas em terras públicas da União. Além da apropriação ilegal, o grupo também é acusado de desmatamento, corrupção de servidores públicos, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A PF identificou pelo menos 50 pessoas envolvidas na organização criminosa, com movimentações financeiras suspeitas que totalizam cerca de R$ 1,2 bilhão.

Ricardo Stoppe Júnior foi preso em junho deste ano, mas a investigação continua em andamento. A defesa do médico, alegou que o médico é inocente e que as perícias técnicas e contábeis irão esclarecer as acusações. Os advogados também argumentaram que a prisão é desnecessária, destacando que Stoppe Júnior é réu primário e não possui antecedentes criminais.

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