O rio Tapajós, um dos principais afluentes do rio Amazonas, está com sua existência ameaçada pelo garimpo ilegal que continua a assolar regiões e Terras Indígenas (TI’s).
Uma nota técnica feita a partir de um estudo realizado pela Fiocruz e pelo World Wide Fund for Nature (WWF Brasil) apresentou dados sobre o impacto do mercúrio na vida dos habitantes da Terra Indígena (TI) Sawré Muybu, situada no médio rio Tapajós, nos municípios de Itaituba e Trairão, no Pará, na bacia hidrográfica do Tapajós.
Os dados mostram que adultos e crianças estão com altos níveis de mercúrio no organismo, devido a situação de garimpo ilegal ter se intensificado nos últimos anos. O garimpo além de afetar a vida dos habitantes indígenas também afeta os afluentes do rio Tapajós, sua coloração, além de afetar os peixes que vivem na região e são a principal forma de alimento da região, causando uma insegurança alimentar.
O líder do Movimento Tapajós Vivo, Carlos Alves, comentou a situação e como é perceptível para moradores da região perto do rio: “depois de um ano, o que a gente percebe é que as águas do Tapajós voltaram a ficar turvas, isso pode ser visto na frente da cidade de Santarém”, disse Alves.
Ele ainda comentou sobre um afluente próximo ao rio que começou a apresentar um estado leitoso e coloração leitosa. A atividade de garimpo é a principal culpada pelos habitantes locais por transformar o estado natural do afluente.
A situação atual do garimpo em TI’s alertou a população mundial após o povo Yanomami ter emergência em saúde decretada pelo Ministério da Saúde, em Roraima. A exploração ilegal de ouro e minérios preciosos que existem nessas terras traz ameaças constantes de doenças, fome, invasões e desnutrição que vem assolando as comunidades moradoras da região.