O presidente do Peru, Pedro Castillo, fez uma tentativa frustrada de golpe ao dissolver parcialmente o Congresso do país nesta quarta-feira (7) e convocar eleições. Professor e sindicalista rural, ele foi eleito para o cargo em 2021.
A atitude foi rechaçada por outros políticos do país, incluindo a vice-presidente e as Forças Armadas. Pouco tempo depois, o Congresso nacional aprovou uma moção para o impeachment de Castillo, que foi detido pela polícia.
QUEM É PEDRO CASTILLO
Pedro Castillo Terrones nasceu na região de Cajamarca. Ele tem mestrado em psicologia educacional e começou a lecionar na província de Chota, em Cajamarca, em 1995.
Até 2017, fez parte do partido Peru Possível, fundado pelo ex-presidente Alejandro Toledo, que está preso nos Estados Unidos, após o judiciário do Peru ordenar, em 2017, prisão preventiva por suposto envolvimento em subornos com a Odebrecht. As acusações foram negadas por Toledo.
Atualmente, Castillo é filiado do Peru Livre e, como sindicalista, foi um dos líderes em uma greve de professores durante o governo de Pedro Pablo Kuczynski.
O presidente foi acusado de ser aliado de membros da polêmica organização Movadef, indicada pela polícia como braço político do grupo de guerrilha peruano, algo que eles negam.
Castillo é definido como um lutador social e disse nas eleições que terminaria os conflitos sociais. O secretário-geral do Peru Livre havia dito anteriormente que ele representa a posição mais antiga da esquerda peruana.
Em julho de 2021, Castillo foi declarado presidente após uma demorada apuração. Mesmo sendo um candidato desconhecido, ganhou visibilidade nos debates. Ao final da disputa, venceu a ex-presidente peruana Keiko Fujimori.
Porém, no início de dezembro de 2022, o Congresso o acusou de ter “incapacidade moral permanente” para governar, pela terceira vez desde que assumiu o cargo.
Durante a sessão, também foi aprovada moção para convidar o presidente a exercer a sua defesa exatamente em 7 de dezembro, dia em que o documento que poderia depor o político seria posto em votação.
Acusado de corrupção, a administração enfrenta uma crise política, com manifestações da população nas ruas e renúncias de ministros.