Uma samaumeira de 25 metros caiu na manhã desta segunda-feira, 6, na praça do Centro Arquitetônico de Nazaré, o CAN, no bairro de Nazaré, centro de Belém. Uma equipe da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) segue no local controlando o trânsito, na avenida Generalíssimo Deodoro, que ficou obstruída devido a queda do vegetal. A avenida é paralela à praça.
O BT entrou em contato com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Município (Semma), que acompanha o caso de perto, e está analisando as causas e circunstâncias da queda da árvore em um laudo técnico que será divulgado.
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“Preliminarmente, observando as evidências da queda atípica da samaumeira, o engenheiro florestal e secretário da Semma, Sérgio Brazão, percebeu que a árvore estava completamente úmida no tronco, cheia de água, em função de ataques promovidos por cupins, que entraram no vegetal e permitiram a entrada de água. Esse indício pode ser um dos responsáveis pela causa da queda da árvore. Um laudo técnico mais aprofundado sairá em cinco dias sobre esse caso”, disse ao BT, o assessor de comunicação da Semma, Antônio Carlos.
A queda do vegetal foi, segundo a Semma, uma surpresa, uma vez que a espécie samaumeira pode viver por 500 anos. “É um caso incomum essa queda da samaumeira porque um vegetal dessa espécie pode viver cerca de 500 anos. Essa árvore que caiu tinha 25 metros de altura e cerca de 7 ou 8 metros de circunferência. Estamos estudando o que será feito agora, se vamos retirar o tronco e plantar uma nova de imediato no lugar ou até se o tronco poderá ser mantido para representar uma espécie de memorial para essa centenária árvore. De certo, agora já estamos realizando trabalhos preventivos em relação ao restante da copa da árvore, para que não venha a cair mais alguma parte do vegetal, minimizando riscos de novos acidentes no entorno e na Avenida Generalíssimo Deodoro”, explicou Carlos.
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De acordo com a secretaria, a samaumeira recebeu manutenções em 2022 e também foi inspecionada por técnicos do órgão ambiental. “realizamos permanentemente visitas técnicas continuadas em todas as árvores de Belém, todos os dias. Semana passada, finalizamos uma vistoria em todas as árvores da Brás de Aguiar. Realmente, a queda dessa samaumeira foi atípica. A origem desses cupins que atacaram a árvore é desconhecida, pode ter sido trazidos por uma ave que pousou, ou pode ter sido algo patológico, um estudo aprofundado está sendo realizado. Esse tipo de queda é muito difícil de ocorrer. Quando uma árvore cai imediatamente plantamos outra no lugar. Porém, o caso dessa samaumeira é diferente, ainda estamos avaliando o que será feito. Retirar o tronco é algo, de certa forma, agressivo e pode destruir a calçada por conta da raiz”, ponderou o assessor.
“Esse é um fato muito raro (a queda da samaumeira), acompanho as árvores de Belém há muitos anos. O que aconteceu aqui na verdade foi um galho muito grande que caiu, e por isso, assusta as pesssoas. Foi um fato que escapou do nosso controle. Foi um acontecimento muito recente. Essa árvore foi vistoriada na época do Círio. Essas samaumeiras estão sob controle. O episódio de hoje foi uma ocasionalidade, pois detectamos que entrou água na parte superior da samaumeira, algo difícil de ver porque ela é muito alta. A água entrou por causa de perfurações de cupins, isso se nota ao observar a parte interna do caule que está com uma esponja formada com muita água e essa água entrou pelos buracos feitos pelo cupim. Isso ocasionou o apodrecimento da parte superior do vegetal, o enfraquecendo, perdendo a sustentação do galho, o que fez o galho tombar por cima da concha acústica. Enfim, é uma coisa ocasional bem difícil de detectar, com características muito específicas: em um galho muito alto e também num local muito raro. Esperamos que isso não se repita, mas vamos intensificar as vistorias nas samaumeiras para evitar esse tipo de acontecimento”, declarou o secretário de Meio Ambiente de Belém, Sérgio Brazão sobre as circunstâncias da queda de um grande galho de uma samaumeira na praça Santuário de Nazaré, em Belém.
Mediante essas evidências, a Semma estuda as próximas medidas a serem adotadas para retirar a árvore por completa ou recuperar a samaumeira. “Um galho caiu, mas restou outro galho sadio do outro lado. Mesmo sendo sadio, esse galho representa um componente de força, o que deixa essa árvore em desequilíbrio. Mas infelizmente, essa árvore não poderá ser recuperada e vamos ter que plantar outra no seu lugar”, afirmou Brazão.
REPERCUSSÃO
Por conta da repercussão da queda do centenário vegetal que guarda um simbolísmo ambiental e sustentável para cidade, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, disse na sua conta do Twitter, que em outubro de 2022, a samaumeira que caiu foi avaliada na ocasião de preparação para o Círio de 2022.
“Entristece a todos os belenenses a queda de um grande galho da histórica Samaumeira na Praça Santuário. A Secretaria de Meio Ambiente realizou avaliação e tratamento durante a preparação para o Círio de Nazaré, em outubro do ano passado, assim como das demais árvores da praça. Na época, os técnicos não detectaram risco de queda. A Semma acompanha a situação no local e fará uma investigação mais profunda sobre o ocorrido” contou o prefeito.
No dia 19 de janeiro, uma grande mangueira já havia caido na Avenida Alcindo Cacela, próximo à Av. Magalhães Barata, centro de Belém. Ou seja, não é o primeiro caso de queda de grandes árvores na capital paraense em menos de um mês. Fator preocupante, uma vez que Belém e o Pará estão em época de frequentes chuvas e ventanias, ocasionadas por mudanças de clima no chamado inverno amazônico, que deve seguir até o mês de abril.
O BT entrou em contato com a Secretaria de Meio Ambiente do município de Belém para saber mais detalhes sobre a saúde das grandes árvores nos principais corredores de Belém, como na Avenida Presidente Vargas, Nazaré e Magalhães Barata, onde existem frondosas árvores como mangueiras e samaumeiras, e aguarda um retorno. A Semma adiantou dizendo que levará tempo para repassar as informações solicitadas.