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Samaumeira que tombou na Praça Santuário em Nazaré é a mais velha de Belém, diz Semma

A Samaumeira centenária e majestosa que tombou há uma semana na Praça Santuário de Nazaré, no centro de Belém e comoveu a cidade era, provavelmente, a mais velha que havia na capital paraense, segundo informou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma). Ela tinha cerca de 200 anos de existência. Nas redes sociais um raro registro supostamente capta a centenária na praça do CAN, no ano de 1867.

Em menos de um mês, duas imponentes árvores (Uma samaumeira e uma mangueira) caíram em corredores de grande fluxo, o que jogou luz para a necessidade de monitoramento e cuidado com esse bem natural e ancestral da Amazônia. Belém, que às vezes, esquece que foi erguida em meio à Amazônia e a natureza.

SAMAUMEIRA E O AMBIENTE URBANO

De acordo com a Semma, as samaumeiras de Belém tem entre 25 e 30 metros de altura, além de grandes galhos e copas bem desenvolvidas. Algumas samaumeiras podem superar 70 metros de altura e viver por 800 anos. Características que fizeram surgir um carinhoso nome para a espécie: Rainha da Amazônia. Em resposta ao BT, a secretaria disse que o nome é uma definição adjetiva, popular, e que não possui caráter científico nem acadêmico, e que a denominação seria uma forma de tratamento para reafirmar a samaumeira como imponente e majestosa, tanto na floresta, quanto no meio urbano.

Por falar em meio urbano, em resposta ao BT, Kayan Rossi, revelou que em ambiente urbano, as samaumeiras ficam mais vulneráveis e desprotegidas, se comparadas quando estão dentro da floresta. “Em área urbana, a estimativa é que a samaumeira viva cerca de 120 anos”, disse.

Na floresta, a expectativa média de vida da árvore é muito maior (500 anos), em relação à vida no meio urbano. Além disso, outras nuances, como ataques de cupins e outros patológicos e à exposição à antropização, que nada mais é do que a ação humana no meio ambiente, que ocasiona a redução do tempo de vida das árvores em meio urbano, não somente as samaumeiras, como mangueiras e outras espécies. Um exemplo ruim dessa antropização é o fato, por exemplo, urinar nas árvores, situação que infelizmente ocorre em cidades e metrópoles pelo Brasil. Fora questões como desmatamento e crimes ambientais.

“Além da poluição da cidade, que atinge violentamente a arborização, há ainda as agressões diretas como dejetos que são despejados junto às raízes, pessoas que fazem suas necessidades fisiológicas junto a esses vegetais, entre outros”, contou a Semma ao BT.

Marca dessa impressionante longevidade é uma das samaumeiras que vive na Floresta Nacional do Tapajós, no oeste do Pará, ela tem idade estimada entre 800 e mil anos. No CAN, existem outras três samaumeiras.

COMO ELAS VIVEM?

A samaumeira ou samaúma é uma anciã da Amazônia das árvores mais comuns em áreas de várzea e pode ser encontrada entre os trópicos. Ela também é fundamental para sustentar o ecossistema e o funcionamento das árvores que vivem ao redor dela. Por conta da sua composição eco fisiológica, a samaúma tem por característica ser uma árvore de copas altas e raízes que se espalham por uma grande área ao redor do vegetal, o que permite a sustentação de galhos tão pesados.

Icônica, as samaúmas se densevolvem em áreas de terra firme, mas sobretudo nas várzeas, as florestas alagáveis nas margens dos rios. Também guardam histórias de uma cidade, de um bairro, e da América do Sul. A samaumeira é associada a mitos e representa muito para indígenas e ribeirinhos, bem como, em outras tradições, podem representar rios e braços de rios, semelhante à concepção de suas raízes.

Samaumeiras tem copas grandiosas e exuberantes. Imgem: Reprodução.

Em resposta ao site Sumauma.com, o Rossi disse que o fato de muitas árvores caírem em Belém está relacionado ao desconhecimento das pessoas que as plantaram na cidade e pela árbrização desorganizada, como é o caso da samaumeira de 200 anos, que na época em que foi plantada, não se sabia se ela é ideal para espaços urbanos. A mangueira, que dá o título de ‘Cidade das Mangueiras’ à Belém, é outro caso desse tipo. “o solo de Belém é raso, inadequado para essa espécie, que precisa de raízes profundas. As samaumeiras se adaptaram ao tipo de solo da capital paraense, mas são de madeira branca, que é mais do agrado de insetos como o cupim. porém, não tenham sido as árvores que foram plantadas em lugares inadequados, e sim a cidade que cimentou a natureza ao redor delas”, explicou.

*Com informações de Sumauma.com