O Centro Universitário São Camilo decidiu não expulsar nenhum aluno do curso de Medicina, incluindo aqueles flagrados nus em jogos universitários, mas anunciou a suspensão da participação dos alunos do curso em quaisquer competições esportivas por tempo indeterminado.
Ao UOL, a universidade diz que fez uma “longa e criteriosa análise” dos vídeos que circulam na internet e envolvem alunos da instituição em “atos inapropriados”.
A instituição explicou que decidiu evitar a “adoção de medidas extremas, que poderiam causar injustiças, em acordo com o que nos rege como instituição educacional”.
Os estudantes serão submetidos a “medidas socioeducativas”, informou a instituição, acrescentando que o episódio merece atenção já que a divulgação das imagens pode comprometer a carreira dos alunos. A universidade destaca que tem “vocação pela formação técnica e humanista” e, por isso, decidiu tomar essa atitude.
O Centro Universitário São Camilo informou que colocou o departamento de psicologia à disposição dos estudantes e que eles precisarão participar de projetos sociais voltados às populações vulneráveis, “doando parte do seu tempo livre”.
A universidade disse ser essencial realizar trabalhos com os alunos dos outros cursos para que “entendam a sua importância para a sociedade e o alcance de atitudes impensadas sobre suas vidas nos campos social e profissional”. No entanto, não foi informado quais trabalhos seriam realizados com os demais estudantes.
A instituição ainda disse que trotes são proibidos na instituição e declarou seguir atenta e analisando os episódios a partir do regulamento de medida disciplinar interno. “Essa é a nossa contribuição para termos um ambiente acadêmico mais saudável para todos, e mudarmos definitivamente esses comportamentos.”
“Seria injusto da nossa parte expulsarmos apenas alguns e deixarmos outros que poderiam ter participado dessas ações, mas não apareceram nas imagens divulgadas. Não queremos ser precipitados a partir de julgamentos feitos no calor dos acontecimentos, e que muitas vezes levam a erros irreversíveis. Também levamos em conta que esse comportamento não é exclusivo de apenas uma dezena de alunos. É uma questão estrutural, que precisa ser mudada de forma eficaz, mesmo que tais ações aconteçam em espaços externos à universidade”.