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Seguranças da Agropalma entram em conflito com indígenas no Alto Acará

Na manhã desta quinta-feira, 22, seguranças da Agropalma entraram em conflito com indígenas na aldeia Itapeua, no Alto Acará, no Pará. De acordo com informações iniciais, a disputa se dá pela tentativa de retomada de terra que os indígenas tentaram fazer desde a tarde de ontem, 21.

De acordo com lideranças indígenas, os seguranças levaram os alimentos e os encurralaram, fechando inclusive o acesso ao Rio Acará. “Dormimos todos com fome, todas as crianças estão aqui passando mal por falta do alimento, os seguranças da Agropalma estavam colocando armadilhas e estão tentando nos encurralar”, afirmou uma das lideranças indígenas ao BT.

E seguiu: “Eles nos atacaram com bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo. Nossas crianças ficaram muito mal, pedimos que a Justiça tome providências”.

O BT entrou em contato com a Funai e com o Ministério Público e aguarda retorno.

A Polícia Civil informou que, até o momento, o caso não foi registrado na delegacia do município.

O QUE DIZ A AGROPALMA?

“Na tarde do dia 19 de agosto, um grupo de cerca de 25 pessoas invadiu a área da Agropalma, em Tailândia, no Pará. Entre os invasores foram identificados membros da Associação dos Remanescentes de Quilombos da Comunidade da Balsa, Turiaçu, Gonçalves e Vila Palmares do Vale do Acará (Arqva). 

Munidos de armas de fogo, paus, motosserras, facões e foices – e mediante grave ameaça – o grupo promoveu barricadas com árvores nativas derrubadas por eles para evitar aproximação e manter o isolamento. 

Contudo, neste dia 22/8, os invasores, que agora já somam aproximadamente 40 pessoas, começaram a tentar ampliar a área invadida, com o objetivo de avançar o movimento, no que foram contidos pela segurança patrimonial da empresa. O intuito da companhia foi o de proteger mais de 700 funcionários que ali se encontram, pois se trata de área de plantio e de atividade de trabalho destes colaboradores. Além da área de produção, também foram afetadas áreas de reserva florestal, que a Agropalma tem o dever legal de proteger. Não houve uso de balas de festim, borracha, ou de qualquer tipo de arma de fogo nesta atividade.

A Agropalma já está tomando as medidas judiciais cabíveis para proteger sua posse e aguarda decisão quanto aos seus pleitos de reintegração e retirada dos invasores.”

VEJA VÍDEOS DO CONFLITO: