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Sem definição estratégica para Amazônia, mas com fundo financeiro para investimentos, evento de mineração terminou hoje, 01, em Belém

Terminou, nesta sexta-feira, 1, em Belém, a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, evento organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) no Pará. O evento reuniu políticos, pesquisadores, executivos e empresas do setor minerário e industrial, sociedade civil, incluindo personalidades de povos indígenas e autoridades estrangeiras.

Entre os diversos temas debatidos em relação à Amazônia, meio ambiente e a utilização dos recursos naturais com respeito aos saberes ancestrais de povos e comunidades tradicionais da floresta, as conversas foram carregadas de observações da realidade e de caminhos a serem executados para a chamada economia verde, mas sem um plano estratégico definido para a preservação do bioma e de quem vive nessa magnífica floresta tropical.

Anfitrião do encontro, o governador Helder Barbalho, parabenizou a iniciativa pelo pioneirismo em busca de um futuro sustentável para a Amazônia. “É extremamente importante destacar que este evento demonstra uma mudança de paradigma. Pela primeira vez, a mineração, não de forma isolada, mas a instituição que as representa, o coletivo que dialoga e constrói o setor, busca se abrir ao diálogo com a sociedade, busca se desafiar no papel de fomentar estratégias que possam construir soluções econômicas para a Amazônia”, ressaltou o chefe do executivo estadual. 

A conferência reuniu representantes dos povos e comunidades da floresta, da sociedade civil, da academia, autoridades políticas, de setores públicos e privados para debater sobre as novas economias na região. Lideranças globais como Ban Ki-Moon, 8º Secretário-Geral das Nações Unidas (ONU); Tony Blair, ex-primeiro-ministro do Reino Unido; e Iván Duque, ex-presidente da Colômbia, que encerrou o evento na capital, destacaram a importância do investimento em inovação e a necessidade de se buscar o equilíbrio entre a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico. 

Raul Jungmann, atual diretor-presidente do Ibram, reforçou o anúncio de mais de US$ 16 bilhões de investimentos pela mineração no Pará até 2027. Os detalhes sobre os recursos e quais locais de investimentos ainda serão anunciados.

O diretor-presidente informou ainda que “o compromisso que a mineração está assumindo com a Amazônia deve ser formalizado em um documento”, que não foi anunciado até o encerramento da programação.

IMPRENSA

O evento não teve cunho voltado ao social, no sentido de liberar acesso do público externo ao evento, de forma a acompanhar o que se discutia e conhecer as novas economias e conhecimentos ancestrais da floresta amazônica, cabendo apenas aos veículos de imprensa transmitir, seja nos canais tradicionais, seja em multiplataformas e redes sociais, tudo o que se conversava e descutia ao longo de todo o evento.

Embora apenas a imprensa e jornalistas tenham tido acesso aos espaços do evento, algumas restrições foram impostas, como: os jornalistas não podiam ter acesso nem se aproximar do palco principal para mostrar mais de perto ou evento e até entrevistar os palestrantes e personalidades estrangeiras. O que, de certa dificultou o trabalho de jornalistas.

EXPOSIBRAM

Além da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, o Hangar também recebeu a Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram 2023), reunindo 22 mineradoras que atuam no Brasil. Segundo o balanço divulgado pela organização, o evento gerou expectativa de negócios no valor de R$ 1,5 bilhão.

A exposição contou com 1.707 congressistas, entre especialistas, pesquisadores, estudantes e representantes de empresas, e 150 painelistas distribuídos em 33 painéis. O evento recebeu nos quatro dias 21.650 pessoas, segundo a estimativa.

“O evento foi um sucesso, não apenas pelas estatísticas, mas, sobretudo, pelas interações entre os que participaram da feira internacional de negócios e do Congresso Brasileiro de Mineração”, afirma Raul Jungmann.

*Feito com informações de G1 Pará.