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Semana de música árabe traz cultura oriental de forma acessível

A abrangência da cultura paraense envolve, em grande parte, a orientalidade. Não apenas quando se diz respeito aos elementos nipo-brasileiros – como escolas de dupla nacionalidade ou o evento Feira da Nipo – , que já estão enraizados no Pará há 92 anos, mas ao crescimento da cultura árabe em Belém.

Junto ao despertar da cultura oriental árabe no estado, estão a dança e a música árabe, que andam lado a lado. Apesar da música ser emergente, a dança do ventre já existe de forma estável no estado e, pensando em unir cada vez mais as duas vertentes artísticas, surgiu o evento Sarau Etnocultural Territórios Sonoros, organizado pela Companhia de Dança Ararê e Aman Rio, em parceria com a Casa do Fauno.

Dançarinas da Companhia de Dança Ararê
Imagem: Divulgação

Segundo Ana Cleide Oliveira, produtora cultural e dançarina para a Cia Ararê, o evento é um projeto de estudo dentro da música e dança oriental. “É de fundamental importância esse conhecimento da música oriental árabe, para que a gente consiga, de alguma forma, trazer mais qualidade, originalidade, e uma percepção mais ampla dessa cultura que não é nossa, mas que a gente sabe que é riquíssima em vários aspectos”, acrescentou a organizadora.

O Sarau Etnocultural Territórios Sonoros surgiu através de uma curiosidade em poder estudar a dança árabe em corpos amazônidas, unindo dois mundos. Ainda em conversa com Ana, ela reforça o resgate de sentimentos que a cultura árabe traz. “A música e a dança elas não estão separadas, elas estão em uníssono, elas estão juntinhas sempre. Dentro do que a gente faz na música árabe, grega, turca, elas atravessam a gente de uma forma muito forte, resgate de sentimentos”, afirma.

O EVENTO

O Territórios Sonoros conta com uma semana inteira de vivências, que já inicia com o workshop de musicalização para bailarinas, ministrado por Pedro Rebello, grande nome da música árabe no Brasil. O evento para bailarinas conta com estudo de ritmologia, estudo de melodias e taksim, dabke ritmo e movimento e aulas práticas. 

O Vivência Musical é um curso voltado para músicos amadores e profissionais, e para cantores e cantoras que tenham interesse em conhecer mais sobre a cultura árabe, turca e grega, já que ele é percussivo e melódico, e será dividido em 2 dias de workshop. Esses dias contam com momentos de princípios da música persa, árabe e otomana; introdução à ritmologia e princípios básicos de leitura de partituras para músicos. O workshop será ministrado por Pedro Rebello. 

O curso de história da música, outra abrangência do evento, será interativo e teórico, que será voltado para músicos e artistas em geral, além de professores e pedagogos e quem quiser participar e se estende para várias áreas que dialogam diretamente com a arte. Segundo Ana, “fazer esse evento é dar mais um passo a essa linha de pensamento artístico, linha de estudo, acreditando que o conhecimento gera oportunidades, então trazer uma oficina de música modal para Belém é tentar, de alguma forma, oportunizar músicos e fomentar o mercado que não existe da nossa região, que é o mercado da música oriental”. 

Todos os dias do evento serão ministrados por Pedro Rebello, musicista multi-instrumentista voltado à música meso-oriental e mediterrânea, que é uma referência nesse quesito. Pedro já tem anos de experiência com a música árabe, além de grande prestígio ao redor do país.

Musicista Pedro Rebello
Imagem: Divulgação

A produtora reforçou que já existe um mercado de muitos anos de bailarinas que vivem profissionalmente da dança oriental, então oportunizar músicos para eles adquirirem esse conhecimento e utilizarem dentro das suas propostas, mas podendo oferecer um suporte de conhecimento para um novo fazer musical ou uma nova forma de música.

Produtora do evento
Imagem: Divulgação

“É um sentimento de satisfação muito grande poder dar seguimento ao que a gente acredita enquanto contribuição para essa dança, enquanto artista amazônida se apropriando e podendo encontrar uma nova forma de desenvolver a dança dentro da nossa região, mas com suporte técnico”, reforçou Ana ao falar sobre o evento.

A dançarina finaliza a conversa com o BT Mais expondo a visão que ela tem sobre o que esse tipo de evento traz para a cultura e região paraense. “O resumo disso é escolher o legado que fica da dança do ventre no Pará, esse legado de não desconectar nossos corpos amazônidas da arte que a gente escolheu fazer, que é a dança do ventre, que é a arte que nos reconecta com a nossa ancestralidade, com nosso íntimo, com nossa autoestima, com a nossa intelectualidade”, finalizou.

SERVIÇO

Workshop de musicalização para Bailarinas, com Pedro Rebello
Data: 05 de novembro
Horário: 14h às 18h
Local: Rua Boaventura da Silva, 1486B
Investimento: R$170,00
Informações: (91) 98867-6141

História da Música, diálogo com Pedro Rebello
Data: 07 e 08 de novembro
Horário: 16h às 20h
Local: Casa do Fauno (R. Aristides Lobo, 1061 – Reduto, Belém)
Investimento: R$150,00
Informações: (91) 98867-6141

Vivência Musical, com Pedro Rebello
Data: 09 e 10 de novembro
Horário: 16h às 20h
Local: Casa do Fauno (R. Aristides Lobo, 1061 – Reduto, Belém)
Investimento: R$150,00
Informações: (91) 98867-6141

Sarau Etnocultural Territórios Sonoros
Data: 11 de novembro
Horário: 19h30
Local: Teatro Experimental Waldemar Henrique (Av. Pres. Vargas, 645 – Campina, Belém)
Investimento: R$30,00
Informações: (91) 98867-6141