O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) denunciou nas redes sociais que cinegrafistas, jornalistas e fotógrafos foram impedidos pela Polícia Militar de acessar o interior da sede da Secretaria de Educação do Pará (Seduc) para cobrir a ocupação de povos indígenas e professores que pediam uma conversa com o secretário de educação, Rossieli Soares, para que o ensino indígena não seja prejudicado com professores sendo retirados das aldeias e Terras Indígenas.
De acordo com o sindicato, os profissionais da imprensa não tiveram a liberdade para entrar no local, como havia sido solicitado pelas lideranças indígenas que acionaram a imprensa, na manhã desta terça, 14. Entrevistas foram feitas em meio aos portões de entrada, com profissionais amontoados e o trabalho de cobertura prejudicado.
O BT pediu uma posição à Polícia Militar e aguarda retorno.
NOTA DE REPUDIO DO SINDICATO
“Trabalhadoras e trabalhadores da imprensa estão sendo impedidos pela Polícia Militar de acessar as dependências da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), para cobrir a ocupação do local na manhã de hoje, 14 de janeiro, pelo movimento indígena, em protesto contra os ataques do governo Helder Barbalho à educação indígena e ao Sistema Modular de Ensino. A cobertura da imprensa foi uma reivindicação do próprio movimento indígena, que acionou as equipes de reportagem, a fim de resguardá-lo e mostrar que o patrimônio da Seduc está sendo preservado. Denúncias de lideranças indígenas dão conta de que a energia elétrica do local foi cortada e que spray de pimenta teria sido utilizado nas dependências da Seduc. O SINJOR-PA foi acionado por jornalistas barrados pela PM no portão de entrada da Seduc, o que é lamentável em pleno século XXI, considerando que a liberdade de imprensa e o livre exercício do jornalismo são elementos basilares da democracia. Iremos cobrar da Secretaria de Comunicação do Estado (Secom), da Secretaria de Segurança Pública (Segup) e da Casa Civil as devidas explicações, a fim de assegurar o trabalho jornalístico e o direito à comunicação livre por parte da sociedade paraense”.