Novas imagens obtidas pelo programa Fantástico, da tv Globo, exibidas no último domingo, 21, mostram que uma funcionária do banco segurou a cabeça do homem, já falecido, enquanto a sobrinha, Érika Nunes, tentava conseguir um empréstimo de mais de R$ 17 mil.
A família contou em entrevista, que Paulo Roberto, de 68 anos, era motorista de ônibus, tinha quatro irmãos, mas não constituiu família. Ele morou por 15 anos na casa dos familiares de Érika, em Bangu, ainda segundo os parentes, e recebia apenas uma pensão de um salário mínimo do INSS por ter mais de 65 anos.
O EMPRÉSTIMO
Ainda de acordo com informações de família, o homem vivia em um espaço improvisado na garagem da casa em Bangu, porque não tinha mais condições de subir as escadas da residência. Por esse motivo, para lhe dar mais conforto, a sobrinha, Érika, que era responsável por cuidar dele, foi ao banco com o tio para conseguir o empréstimo para reformar o espaço da garagem em que ele vivia.
O local improvisado contava com uma cama, um vaso solto e uma mesa de plástico.
Documentos apresentados pela família mostram que o empréstimo havia sido solicitado em 25 de março e seria descontado mensalmente do benefício que ele já recebia do INSS.
LAUDOS MÉDICOS DE ÉRIKA
A família também apresentou laudos médicos de Érika Nunes, que atentam sintomas como depressão, ansiedade e dependência de medicamentos. Além de orientações de internação hospitalar à mulher.
O ATENDIMENTO PARA CONSEGUIR O EMPRÉSTIMO
Durante o tempo em que passou na agência, Érika foi atendida uma vez e teve que esperar na sala de atendimento, a todo o momento ela segurava a cabeça do tio com as mães, mas ele não dava nenhum sinal vital, nem se mexia. As funcionárias estranharam pois ele não parecia estar bem. Foi quando, uma funcionária de banco segurou a cabeça de Paulo Roberto e os dois foram levados para uma sala reservada dentro da agência. A funcionária ainda chegou a fazer massagem cardíaca no falecido, mas sem sucesso.
Uma ambulância do Samu foi acionada e os demais clientes da unidade foram mandados embora por conta da situação. No local, o médico que atendeu a ocorrência, disse que Paulo Roberto estava morto há pelo menos 2 horas, entre 11h30 e 15h.
SE MEXEU
Em depoimento à polícia, o motorista de aplicativo que levou Érika e Paulo de casa até o banco, contou o homem chegou a segurar a porta do carro. Já um mototaxista que ajudou Érika a colocar Paulo Roberto dentro do carro por aplicativo, também disse à investigação que percebeu sinais vitais no homem.
ENTERRO
O corpo de Paulo Roberto Braga foi enterrado no último sábado, 20, quatro dias após o ocorrido na agência bancária. Uma perícia em andamento deve determinar a causa da morte e quando exatamente ele morreu. A investigação do caso aguarda o resultado desses novos exames, uma vez que a necropsia feita pelo IML não identificou se Paulo morreu no trajeto ao banco ou dentro da agência.
Semanas antes, Paulo Braga ficou internado em uma UPA do dia 8 a 15 de abril, com quadro de pneumonia não especificada. A Justiça também quer saber se ele morreu por ter sido submetido a esforço físico quando deveria estar em repouso, pois a alta médica da UPA foi um dia antes dele ser levado pela sobrinha à agência bancária.
Érika segue presa desde o dia 16 e a defesa dela pede que a mulher seja libertada para responder ao processo em liberdade. No último dia 18, a Justiça converteu a prisão em flagrante para preventiva. A sobrinha foi autuada por furto mediante fraude e vilipêndio a cadáver (menosprezar ou tratar com desprezo e sem o devido respeito cadáver ou suas cinzas).