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Soltura de filhotes de tartarugas em praia do Marajó atrai grande público

No último dia 29 de julho, 51 filhotes de tartarugas da espécie Oliva foram soltos e entregues ao seu habitat natural, na praia Grande, em Salvaterra, no Marajó, no Pará, e teve a presença de cerca de mil pessoas que acompanharam o momento que marca o trabalho de preservação e cuidado com a vida marinha e o meio ambiente, no trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).

A bióloga da Semma, Brenda Natasha, explicou ao sita Notícia Marajó que o público poderia ser maior se houvesse mais tempo de divulgação. No entanto, as condições climáticas estavam favoráveis justamente na tarde de ontem. Por isso, a Semma fez um cordão de isolamento, levou uma caixa d’água e providenciou a soltura na maré vazante (que facilita a chegada ao oceano), com a temperatura mais amena e parecida com a madrugada, que é quando as tartarugas costumam nascer naturalmente e sair para o mar. Também foi o tempo necessário para os biólogos fazerem a medição e catalogar os recém-nascidos.

O PROJETO COM AS TARTARUGAS EM SALVATERRA

O projeto de proteção às tartarugas marinhas existe em Salvaterra desde 2022 e se intensificou em 2024. Os moradores são parceiros e comunicam o surgimento de ninhadas aos biólogos da Semma, que passam a monitorar o ninho e, se necessário, o transferem para um local seguro na Praia Grande.

Se houver a transferência, os biólogos tentam simular um berçário da maneira mais fiel às condições que encontraram o ninho onde a tartaruga mãe fez a desova. A bióloga explicou que os ovos são colocados numa área com areia semelhante, na mesma profundidade e que o ninho possui o mesmo diâmetro do original.

Como o ciclo de nascimento da tartaruga demora de 45 a 60 dias após a desova, a Semma inicia uma contagem e, a partir do 45º dia, faz um plantão nas madrugadas, que é o período natural de nascimento para evitar predadores. No caso desta última ninhada, os ovos eclodiram no 46º dias.

As tartarugas marinhas têm uma importância que vai além da “fofice” que encanta crianças e adultos. A bióloga Brenda Natasha explicou que, ao rodarem por diversos oceanos, elas levam nutrientes e micro-organismos essenciais para a sobrevivência de diversas espécies que vivem no mar.

Das cinco espécies catalogadas no Brasil, quatro estão ameaçadas de extinção, dentre elas a da espécie Oliva, que nasceram em Salvaterra. Por isso o esforço hercúleo para fazer elas chegaram ao mar.

Estudos indicam que uma a cada 100 tartarugas que nascem naturalmente consegue chegar à vida adulta. As barreiras passam por inundação dos ninhos, predadores como raposas, pássaros, cachorros e guaxinins, além do ser humano.

Não existe literatura que mostre o sucesso dos esforços humanos na preservação, mas, baseada no fato de que uma das maiores dificuldades dos filhotes é chegar ao mar, Brenda acredita que as chances de sobrevivência são maiores.

“Quando a gente garante que elas cheguem na água, a gente aumenta a chance de que as tartarugas cheguem à vida adulta”, afirmou.

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