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Suíça apresenta programa de incentivo à bioeconomia durante workshop em Belém

Foto: Lucas Ohana

Belém recebeu esta semana o embaixador da Suíça, Pietro Lazzeri, para o workshop nexBio Amazônia. O encontro reuniu especialistas em meio ambiente, profissionais e pesquisadores para debater as cadeias produtivas da Amazônia, foco de um programa suíço-brasileiro voltado para a inovação e avanço da bioeconomia na região. 

O evento, organizado pela Swissnex no Brasil em parceria com a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), ocorreu nesta terça-feira, 7, no Sesc Ver-o-Peso.

No centro dos debates ambientais por conta da COP 30, Belém foi a primeira etapa da visita do time suíço ao Brasil. O embaixador destacou que a nexBio Amazônia tem como propósito juntar as startups suíças e brasileiras para trabalhar com tecnologias sustentáveis e melhorar a eficiência da cadeia produtiva.

A Swissnex é uma rede global suíça que conecta pessoas e instituições que atuam em prol de educação, pesquisa e inovação. Segundo o embaixador Pietro Lazzeri, Belém é a primeira etapa da visita oficial do time suíço ao Brasil.

“A bioeconomia merece esse exercício de trabalharmos com as instituições locais. É um novo programa, que tem coerência com os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas) e com o plano bio desenvolvido pelo governo do Estado do Pará”, disse o embaixador suíço. “Não é uma coisa nova o engajamento da Suíça na pesquisa, na ciência, na inovação. Estamos preparando a nossa ação até a COP 30, o Caminho até Belém (Road to Belém), que tem que começar agora”, assinalou.

O programa bilateral deverá ser lançado em 2024 e servirá como plataforma para novas parcerias entre Brasil e Suíça. O objetivo é incentivar e qualificar startups na busca por soluções com inovação e tecnologia, respeitando os parceiros e atores locais.

CADEIAS PRODUTIVAS  E DESAFIOS

Durante o workshop, especialistas em meio ambiente elegeram cadeias produtivas que merecem a atenção do programa, pela relevância na cultura extrativista amazônica e por seu impacto social. A produção de óleos, cacau e cupuaçu, pescado e as práticas florestais não madeireiras ganharam prioridade numa lista de iniciativas que interessam ao setor da bioeconomia.

Participantes propuseram soluções sustentáveis. Foto: Lucas Ohana

Definidas as cadeias produtivas, os participantes das quatro mesas organizadas para as discussões apresentaram os desafios para a consolidação das ações sustentáveis e propuseram soluções para implementação no curto prazo. “Vamos usar o conhecimento dos especialistas para criar um roadmap/guia para a implementação de projetos nas cadeias produtivas”, disse Vincent Neumann, gerente do Programa de Inovação e Startups da Swissnex. “A Swissnex e seus parceiros visam à escala e ao lançamento de colaborações independentes entre instituições suíças e brasileiras. O foco do programa são as startups suíças e brasileiras. O programa nexBio Amazônia baseia-se em uma metodologia especial para atingir o objetivo de dar início rápido a projetos-piloto relacionados à bioeconomia. Com foco na qualidade, e não na quantidade”, observou Vincent.

Gisele Barata, engenheira agrônoma da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), disse que o evento foi importante para a elaboração de um plano de ação voltado ao desenvolvimento sustentável. “Congregou pessoas de diferentes instituições, com diferentes formações e diferentes percepções, que moram e trabalham na Amazônia, que puderam coletivamente juntar suas ideias, organizá-las para enfrentar tantos desafios quanto às cadeias prioritárias e tecnologias que podem vir a resolver problemas e trazer qualidade de vida para as pessoas que habitam aqui e, com isso, preservar a floresta”, disse. “A decisão coletiva proporciona a cada um despertar aquela visão guardada em ambiente individual”, completou.

A engenheira ambiental Fernanda Viana, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), ressaltou a importância da bioeconomia. “A bioeconomia é um apelo do nosso Estado para gerar emprego e renda para a nossa comunidade, mantendo a floresta em pé e o desenvolvimento sustentável”, afirmou.

Para Fernanda, o workshop foi de “grande valia” para levantar o debate sobre sustentabilidade e bioeconomia no Pará. Segundo ela, a metodologia de reunir conhecimentos, por meio de vários especialistas, enriquece a discussão sobre bioeconomia.

Derick Martins, presidente do Conselho de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), disse que o nexBio Amazônia deu o passo inicial para a discussão de soluções inovadoras na área da bioeconomia. Derick pontuou, no entanto, que é preciso reunir mais “instituições da ponta, que estejam trabalhando com produção e manejo de produtos”, com sua experiência local.

SOLUÇÕES

Segundo a gerência da Swissnex, todas as ideias e contribuições apresentadas no workshop serão organizadas em um relatório para fundamentar as iniciativas do Programa Suíço-Brasileiro de Inovação Aberta para a Bioeconomia até a COP 30, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, em novembro de 2025, em Belém (PA).

O evento teve o apoio da Fiocruz, Sesc, Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), e da Universidade de St. Gallen.