Parece mentira mas não é. Uma servidora do setor de comunicação da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em Santarém, tem viralizado nas redes sociais por fazer uma infinidade de alegações negacionistas sobre a vacina que combate o vírus da Covid-19.
Kelly Belentani Gonçalves diz em vídeos publicados em seu Instagram, Facebook e no seu canal no YouTube que a vacina que protege contra o vírus da covid – vírus esse que já matou mais de 600 mil pessoas no Brasil – se trata de “um plano que introduz um chip no corpo humano para controle da sociedade por parte dos governos”.
Em um dos vídeos que causou revolta nas redes sociais, a servidora critica cristãos que apoiam a vacina e as medidas de proteção contra a pandemia, o que ela classifica como “uma ditadura de extermínio”. Kelly compara a vacinação com a política de extermínio de Hitler e com o holocausto. Ela diz que se trata de uma ditadura onde as pessoas são impedidas de comer, fazendo alusão à obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação para a entrada em restaurantes.
Segundo ela, as pessoas estão sendo vítimas de um experimento e perdendo a liberdade. “As pessoas estão vibrando, estão desejando uma ditadura dessa. Eles estão impedindo as pessoas de comer (…) estão impedindo as pessoas de ter liberdade, de ter uma vida digna por causa de um experimento, de uma vacina”.
Em outro trecho ela fala sobre o que acredita ser uma ditadura imposta pelo governo do anticristo: “No início eu não achava que essa vacina fazia parte do governo do anticristo; mas depois de todo esse medo, de toda essa ditadura que eles estão impondo, eu tenho cada vez mais certeza de que essa vacina faz sim parte do sistema desse governo”.
Em uma chuva de informações falsas sobre a vacina, a extremista reforça que o imunizante não vai acabar com o vírus e que é uma forma de controlar a população. Ela faz ainda uma conexão da Agenda 2030 da ONU com o plano de dominação do governo anticristo. “Você acha que essa vacina vai acabar com o vírus? Não vai acabar não. Até que o controle sobre toda a população seja estabelecido. (…) Por que você acha que os governos estão tão empenhados em cumprir a agenda 2030 da ONU? (…) Acorda! Eles precisam preparar o cenário para que o governo do anticristo seja estabelecido”, diz ela.
A servidora ainda diz no vídeo que a única forma de se salvar de toda a teoria revelada por ela é se entregando para Jesus e chama a vacina de “marca do anticristo”: “Aquele que aceitar a marca do anticristo vai direto pro inferno”, ameça.
Em outro vídeo, Kelly diz que a obrigatoriedade da vacina e do passaporte sanitário faz parte de um plano do governo para “ter a população nas mãos deles”. Ela menciona a criação de um microchip para armazenar o passaporte sanitário. Segundo a teoria defendida por ela, essa tecnologia servirá para “preparar o psiquê coletivo para algo que vai acontecer; (…) estão demonstrando como vai ser o governo mundial. Vai ser a diminuição da população, a obrigatoriedade de se submeter às suas leis, às suas tiranias”, finaliza.
Vídeos removidos
O Youtube e o Facebook removeram os vídeos de conteúdo contra vacina Kelly Bellentani. No instagram, o perfil de Kelly agora está privado, mas permanece ativo.
A Ouvidoria daUniversidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) recebeu uma denúncia formal contra Kelly Belentani pela disseminação de conteúdos falsos e negacionistas. A denúncia pede que a universidade tome providências em relação à postura da servidora, que é claramente contra os protocolos sanitários adotados pela instituição no combate à pandemia.