Logo após a eliminação em Roland Garros, o tenista brasileiro Thiago Wild chegou ao Rio de Janeiro, nesta terça-feira, 6, para se apresentar à Justiça por conta das acusações que a ex-esposa do atleta, Thayane Lima, fez por violência doméstica. O processo teve início em 2021, porém a Justiça diz não ter encontrado Thiago nos últimos anos, enquanto a defesa alega que ele não residia mais na capital fluminense.
Thayane alega ter vivido abusos do ex-companheiro por ele a fazer mudar hábitos e a diminuir psicologicamente quando ambos discordavam politicamente.
“Passei a não poder usar decote, nem à praia eu podia ir para não usar biquíni. Sempre usei unha grande, mas ele gostava de curta porque afirmava que unha grande era ‘de puta’. Se a minha opinião política não fosse igual a dele —e de fato não é—, ele me chamava de burra e dizia que eu tinha que ficar com os ‘pretos fod… que eu andava’. Thiago também mandou eu tirar meu piercing do nariz e reclamava do meu sotaque, dizendo que carioca fala ‘igual favelado’”, contou em depoimento.
Ele foi indiciado por violência psicológica, injúria e lesão corporal cometidos contra Thayane, por decisão da delegada Giselle do Espírito Santo. Segundo a denúncia, Thiago usava do fato dela estar dependendo financeiramente dele, então a humilhava e ridicularizava em frente a familiares e amigos.
“[…] chamando-a de incapaz, louca, lixo, piranha, puta barata, fiscalizava as redes sociais de sua companheira, determinando as postagens que poderiam ser mantidas, ressaltava com seus amigos que traía constantemente a vítima, bem como detalhava atos íntimos do casal afirmando que o sexo com sua companheira era insuficiente”, diz um trecho da denúncia.
Família nazista
Em prints vazados de conversas entre Thiago e Thayane, no início do relacionamento, o atleta afirma que a família tem fortes ligações com o nazismo, além de relacionamento direto com Adolph Hitler. Wild cita o bisavô materno como responsável por ter levado o líder nazista, ainda na infância, da Áustria para a Alemanha, além de ter “ensinado a vida para ele”.
Em reportagem do jornal O Globo, os antecessores de Thiago, Dietrich Klagges (tataravô), Ingrun Klagges (bisavó) e Friedrich Seyboth (bisavô) tiveram seu passado revelado, além da íntima relação com a acensão nazista na Alemanha.
Dietrich Klagges foi o único do trio que não veio ao Brasil, mas foi um dos primeiros integrantes do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o conhecido Partido Nazista. Ele também atuou como atuou como primeiro-ministro de Braunschweig, o Estado que naturalizou Hitler para que o mesmo pudesse concorrer à presidência.
Quem já havia contado o fato, além de revelar que Dietrich foi pessoalmente responsável pelo processo de naturalização de Hitler após ele se tornar um apátrida foi a própria filha, Ingrun, em entrevista de abril de 1993 à Revista Oeste.
Agressão à imprensa
Ao questionar sobre a situação durante o torneio de Roland Garros, um jornalista alemão ainda alega ter sido ameaçado pela equipe do tenista brasileiro, logo após a vitória sobre o número 2 do mundo Daniil Medvedev. De cara, a organização do evento disse que a pergunta era inapropriada, mas o jornalista insistiu, ao dizer que a informação era pública e precisava ser questionada.
Em resposta, membros da Octagon, empresa que cuida da carreira de Thiago, teriam ofendido e fotografado o profissional.