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Trabalhador que teve corda cortada por morador fala pela primeira vez: “estado de choque”

Na manhã desta quinta-feira, 28, Mayk Gustavo Ribeiro da Silva esteve presente no Programa “Encontro”, para falar pela primeira vez sobre o momento em que fazia a limpeza do 6º andar de um edifício, quando teve a corda cortada por um morador na cobertura, em Curitiba.

O morador, identificado como Raul Ferreira Pelegrin, foi preso em flagrante por tentativa de homicídio. Durante o programa da TV Globo, Mayk contou que ficou sem reação quando havia percebido o que tinha acontecido e que não entende o motivo do crime.

Segundo o Ministério Público do Paraná, Mayk foi salvo por estar utilizando um dispositivo de segurança, impedindo uma queda de 18 metros de altura.

“Continuo em estado de choque. Eu estava desde às 8h da manhã, vim descendo, lavando o prédio, parei no sexto andar para almoçar porque tinha dado o horário de almoço e voltei para dar continuidade. No momento, fiquei sem reação nenhuma. Não entendi por que ele fez isso. Antes de cortar a minha corda, ele ameaçou outro amigo em outra janela”, destacou Mayk.

Conforme as informações do MP, Raul Ferreira Pelegrin, de 41 anos, mora no 27° andar do edifício e utilizou uma faca para cortar a corda que segurava o trabalhador. No local, policiais encontraram a faca e o pedaço da corda. Segundo os advogados de Mayk que também estavam no programa, Pelegrin só não cortou a segunda corda porque ela era muito grossa e quebrou a faca.

A vítima detalhou no programa como conseguiu escapar com vida. “No momento em que a minha corda afrouxou, fiquei desesperado. Não é normal. Foi muito rápido, mas como a empresa passa um treinamento para a gente, fiz um desvio de corda, fiquei preso pela linha de vida, pelo trava-quedas, mudei para a corda do trava-quedas e continuei a minha descida. Quando cheguei ao solo, meu supervisor me avisou que o morador da cobertura estava cortando a minha corda”, contou.

A vítima também relatou no programa episódios de racismo que viveu no ambiente de trabalho. Mayk também falou sobre a dificuldade em voltar para o trabalho depois do crime. “Comecei a trabalhar com isso na pandemia, fiquei sem emprego. Agora eu sempre peço para alguém ficar observando, avisar para os moradores trancarem a janela, o primeiro que abrir a janela já desço”, frisou.

No Boletim de Ocorrência (B.O), os funcionários relataram que foram ameaçados pelo suspeito, alegando que iria cortar todas as cordas caso não fossem retirados, bem como dar ‘10 minutos’ para os funcionários sumirem do local.

Pelegrin teve prisão preventiva decretada, portanto, ele continuará recolhido na Cadeia Pública de Curitiba. A defesa do denunciado optou por não se manifestar sobre o caso.