A Uber anunciou nesta segunda-feira (30) a suspensão do serviço de transporte de passageiros por moto na cidade de São Paulo. A decisão se deu devido ao decreto da prefeitura da capital, que veta também os serviços do tipo prestados pela 99. Segundo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a decisão das empresas corrobora “com a preocupação pela segurança e a saúde da população de São Paulo no viário urbano, baseada em dados técnicos da Secretaria Municipal de Saúde”.
No início de janeiro, Ricardo Nunes assinou o decreto proibindo as empresas de realizar os serviços de transporte por motos na capital. Na época, representantes da Uber se reuniram com a Prefeitura para a discussão sobre a criação de um grupo de trabalho, buscando uma forma de continuar entregando a atividade “de forma legal e com a maior segurança possível para todos os envolvidos”.
Mesmo com a Uber afirmando na reunião que o serviço já estava suspenso, repórteres do G1 conseguiram solicitar diversas corridas do tipo pelo aplicativo. Em nota, a empresa se pronunciou sobre a decisão. “Entendemos que a prefeitura da cidade ainda necessita de estudos mais aprofundados, que vêm sendo conduzidos por meio de um grupo de trabalho técnico que já conta com a participação da Uber. Em comum acordo, ainda que amparados em legislação federal que permite o serviço, suspendemos o Uber Moto em São Paulo enquanto continuamos trabalhando diretamente com o executivo municipal à procura de alternativas eficientes e inovadoras para a locomoção das pessoas que circulam na cidade”, disse a empresa.
O Uber Moto foi lançado na capital paulista e no Rio em 5 de janeiro deste ano. No mesmo dia, a prefeitura de São Paulo pediu pela suspensão imediata do serviço. Na época, o gabinete paulistano disse que entraria em contato com a empresa para solicitar esclarecimentos, “uma vez que a empresa não informou à Prefeitura de São Paulo sobre o início da operação dessa opção de mobilidade.”
A gestão municipal da cidade também se pronunciou sobre o caso. Em nota, foi dito que “A segurança dos motociclistas, a redução no número de sinistros fatais no trânsito e o impacto no sistema público de saúde são preocupações do prefeito Ricardo Nunes. A redução no número de óbitos por sinistros no trânsito consta, inclusive, como meta 39 do Programa de Metas da Prefeitura. O objetivo é reduzir o número de casos fatais por 100 mil habitantes, que, em dezembro de 2020, indicava 6,56 para 4,5 em 2024”.
A Uber declarou que testou o serviço durante 20 dias “em áreas mais afastadas do centro, em horários específicos e onde a oferta de alternativas de mobilidade em duas rodas já é uma realidade” e que, durante o período, “nenhum acidente com o uso da plataforma foi registrado”.
A Procuradoria do Município do Rio de Janeiro comunicou que também enviou às empresas Uber e 99, nesta segunda-feira (30), uma notificação para que se abstenham de oferecer o serviço de motociclista na cidade do Rio.