Nesta terça-feira, 31, a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a OMS (Organização Mundial de Saúde) fizeram um alerta global para o agravamento das problemáticas ocorridas pelos conflitos em Gaza, principalmente por crianças, com o aumento dos riscos à saúde dos moradores.
A OMS colocou Gaza como uma ”catástrofe iminente de saúde pública”, que estaria retirando a vida de civis, não só pelos ataques e bombardeios, mas pela falta de direitos básicos de sobrevivência garantidos, além dos danos causados pelo saneamento, deslocamentos em larga escala e lotação extrema dos hospitais da área.
Também foi citada a carência de suprimentos alimentícios nos hospitais e o mais essencial: a água. “A água é a base essencial para tudo. Você precisa de água potável, mas é claro que também precisa de água para muitas outras questões. E tudo isso está faltando”, falou Christian Lindmeier, porta-voz da ONU, sobre as recorrentes situações de emergência que acontecem em Gaza.
A Unicef comentou sobre os acontecimentos e afirmou que aproximadamente 2 milhões serão afetadas pela falta de água e desencadearia mortes em massa por desidratação. ”A menos que o acesso à água potável seja restabelecido com urgência, mais civis, incluindo crianças, adoecerão ou morrerão de desidratação ou de doenças transmitidas pela água”, lembrou Catherine Russel, diretora executiva do Unicef.
A Unicef também falou que apenas uma estação de dessalinização ainda funcionava, mas com somente 5% de capacidade em comparação ao seu total. As outras estações de tratamento estão fora de operação por escassez de combustível e energia para funcionamento.
A ONU (Organização das Nações Unidas), confirmou na noite da última segunda, 30, que a faixa do Sul de Gaza teve seu fornecimento de água potável cortado por motivos até então desconhecidos. Ainda que o porta-voz da OMS tenha feito o pedido de liberação para fornecer combustível às estações de dessalinização, a faixa de Gaza está bloqueada por Israel por acreditarem que essa abertura seria ”uma oportunidade para mais ataques do grupo Hamas”.
O Ministério da Saúde de Gaza, relatou que mais de 3.400 crianças morreram desde os primeiros bombardeios e cerca de 940 crianças estão desaparecidas em Gaza.