A escultura de uma vaca magra dourada foi colocada na manhã desta quinta-feira, 9, em frente ao prédio da B3, a Bolsa de Valores brasileira, no mesmo local onde estava uma estátua do Touro de Ouro, na região central da capital paulista.
A estátua faz parte das peças da intervenção urbana Vacas Magras, da artista plástica cearense Márcia Pinheiro.
A artista disse que a escultura é um protesto contra a fome e um contraponto à imagem do “Touro de Ouro” que ficou no local, símbolo do “otimismo e a força dos investidores”.
Márcia afirma que sua obra é o “símbolo das pessoas que passam fome no Brasil” e a situação do país no momento “não é de touro e tampouco ouro”.
No final da manhã, um produtor responsável retirou a escultura do local antes que ela fosse apreendida pela polícia.
RELEMBRE O CASO
Em 16 de novembro, a B3 inaugurou em frente ao seu edifício-sede uma escultura semelhante à obra conhecida como Touro de Wall Street, instalada há mais de três décadas no distrito financeiro de Nova York.
A versão brasileira foi batizada de Touro de Ouro, pois era dourada. A peça original é de bronze. Chama-se “Charging Bull”, que significa touro em investida ou touro que ataca.
O autor da obra comprada pela B3, o arquiteto Rafael Brancatelli, afirma que a sua criação não copia a americana.
O Touro de Ouro, que na verdade era recheado de isopor e recoberto com uma camada de fibra de vidro e colorido com tinta automotiva, permaneceu no local por pouco mais de uma semana. Durante esse período permitido de críticas ativistas que associavam a imagem à desigualdade em um momento em que o Brasil enfrenta o aprofundamento de uma crise econômica.
A remoção ocorrida após a CPPU (Comissão de Proteção à Paisagem Urbana), da Secretaria Municipal de Urbanismo, concluir que a escultura era uma peça publicitária que descumpria as regras da Lei Cidade Limpa.