O segundo final de semana de julho, mês das férias escolares, terminou em tragédia para uma família do bairro do Jurunas, em Belém.
Como aconteceu:
Uma embarcação de pequeno porte naufragou quando voltava da ilha do Combu, na noite do último domingo, 9. As dez pessoas que estavam na embarcação (incluindo passageiros e piloto) estavam em um evento, comemorando o mesário de uma das vítimas, um garoto de apenas seis meses.
De acordo com a Marinha do Brasil, a embarcação regressava da Ilha do Combu, para um porto localizado na Avenida Bernardo Sayão, no bairro do Jurunas, quando naufragou por volta das 19h. Segundo o capitão de Mar e Guerra Ewerton Rodrigues Calfa, Capitão dos Portos da Amazônia Oriental, a maresia estava forte, o que fez com que água entrasse na embarcação e ela afundasse.
Testemunhas que presenciaram o resgate dos sobreviventes, afirmaram que na hora do naufrágio, chovia e ventava muito, o que pode ter contribuído para a tragédia.
Quem são as vítimas:
Após o naufrágio, seis pessoas foram resgatadas. Uma criança, de apenas seis meses, identificada como Marcos João, ainda chegou a ser socorrida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro do Jurunas, mas não resistiu.
Três pessoas desapareceram durante o naufrágio, entre elas Natalino Teixeira Pantoja (dono da embarcação, piloto e avô da criança), e Paulo Bittencourt (amigo da família). Sara de Oliveira, de 35 anos, também desapareceu no momento do acidente. O corpo dela foi encontrado na manhã desta segunda-feira, 10, próximo ao Portal da Amazônia, em Belém. Sara era tia do menino de seis meses.
As buscas:
Não foi possível que o Corpo de Bombeiros fizesse buscas pelos desaparecidos no momento do naufrágio, devido à escuridão. O trabalho começou nas primeiras horas da manhã desta segunda. Equipes dos Bombeiros e da Capitania dos Portos estão realizando as buscas pelos desaparecidos.
O que diz a Marinha:
Na tarde desta segunda-feira, 10, a Marinha do Brasil convocou uma coletiva de imprensa para atualizar o caso. Segundo o capitão de Mar e Guerra, a embarcação era de cunho pessoal, sem nome e sem inscrição junto a Capitania dos Portos, ou seja, a embarcação não tinha registro para navegação.
Ainda de acordo com o capitão, o dono e piloto da embarcação não possuía habilitação como aquaviário, nem como amador.
Questionado sobre a fiscalização das embarcações, o porta-voz respondeu que “a Marinha fiscaliza a segurança do tráfego aquaviário 24h por dia, sete dias por semana, em todos os rios. E nesse período de férias do mês de julho, o trabalho foi intensificado”.
O capitão também informou que os passageiros da embarcação também não usavam coletes salva-vidas.