Dessa vez o “Vem pra Belém da COP-30” convidou a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan Tuma, para uma entrevista com a jornalista Mary Tupiassu para falar sobre a escolha de Belém como cidade sede da COP 30, que será realizada em 2025, e debater sobre as dificuldades e desafios que deverão ser enfrentados até a realização do evento. A vice do governador Helder Barbalho também falou sobre a realização do evento climático em Belém, obras estruturais, turismo e o debate acerca da possível exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas.
A VICE-GOVERNADORA
Contadora e servidora pública, a atual vice-governadora do estado não tem uma carreira política tão extensa e comentou como é lidar com a ‘nova’ rotina. “Faz parte do meu cargo enquanto vice-governadora estar nos municípios e em todas as regiões do estado, porque é muito importante a gente ter o olhar junto a nossa população, conhecer de perto os problemas. E, desde o início do governo Helder Barbalho, uma das nossas características é a presença. Então estar nos municípios, conhecendo os problemas e levando soluções, faz parte da missão que eu aceitei quando virei vice-governadora do estado”, afirmou.
Hana, que também já foi Secretária de Planejamento e Administração do Estado, afirmou que tem noção da importância do cargo que ocupa atualmente e se disse orgulhosa de ser paraense. “Claro que é uma responsabilidade muito maior do que qualquer outro cargo que eu já tenha ocupado. É uma responsabilidade muito grande e um orgulho muito grande, eu sou muito paraense, tenho muito orgulho da minha terra e de representar as mulheres do estado. Eu sei que é um cargo de muita responsabilidade e nada melhor do que retribuir através do trabalho”, disse.
Sobre o convite para ser vice, Hanna conta que o pedido partiu do governador Helder Barbalho. “Eu trabalho há 18 anos junto com o governador Helder, então a gente já adquiri um grau de confiança. Um dia antes da convenção (do MDB), ele me chamou e conversou sobre eu ser vice-governadora. Falou que confiava no meu trabalho, ele sabia que, caso ele se candidate a algum outro cargo, o estado estaria em boas mãos”, afirmou.
Hana falou ainda com Mary Tupiassu se foi, em algum momento, desacreditada no cargo só por ser mulher. “Eu venho de uma criação de mulheres fortes, desde a minha bisavó que teve que trabalha porque ficou viúva muito cedo. Eu venho de três gerações de mulheres fortes, inspiradoras. E na minha casa, tanto meu pai quanto minha mãe, sempre disseram que a gente tinha que trabalhar, ter autonomia financeira. Eu sempre entendi que o importante é ter competência, independente de ser homem ou mulher. Na minha vida profissional eu nunca sofri qualquer tipo de descriminação. Hoje, no meu papel enquanto vice-governadora, eu vejo que, infelizmente, nem todas as mulheres tiveram essa mesma oportunidade de criação, de educação, de ter uma família que te incentive. E é isso que a gente vem trabalhando no governo, melhorar as condições para que todas as mulheres se sintam capazes de ocupar qualquer cargo”, defendeu.
COP 30
A vice-governadora também falou sobre Belém enquanto sede da COP 30 e comentou sobre os problemas estruturais enfrentados pela capital paraense. “Você só faz grandes mudanças quando você tem grandes desafios. Se você ficar na mesmice, você não vai conseguir mudar no ritmo acelerado que Belém precisa. Então eu costumo falar para aqueles que são pessimistas que nós não temos absolutamente nada a perder com a COP aqui, nós só temos a ganhar. Então é aquela operação do ganha/ganha. Então eu tenho certeza que nós vamos fazer uma grande COP, que será a COP da Amazônia, com uma experiência amazônida. Quando recebemos pessoas de fora, elas saem encantadas, apesar das dificuldades que nós temos em relação a cidade. E eu não estou aqui pra esconder e nem dizer que a gente vive num local sem problemas, mas eu acho que é uma grande oportunidade”, defendeu.
E seguiu: “nunca se falou tanto de meio ambiente quanto agora. Hoje em dia a população toda fala de meio ambiente porque sente no dia a dia as mudanças climáticas. Como filha de libanês que sou, gosto de números e a COP vai além desse debate. Ela é uma grande oportunidade para que a gente atraia investimentos para o estado do Pará, para que a gente possa profissionalizar a nossa cadeia do turismo. Você gera emprego através das obras que estamos trazendo para o estado e gerar emprego é gerar renda para a população, então é mais um ganho”, analisou.
TURISMO NO PARÁ
Ao ser questionada sobre qual será o legado deixado pela COP 30 para o turismo de outras regiões do estado, como Xingu e Tapajós, Hana afirmou que já é algo pensado pelo governo do estado. “Nos Diálogos Amazônicos, em três dias, recebemos cerca de 24 mil pessoas. Foram 40 países que estiveram aqui. E muitos que estiveram aqui foram para outros destinos. Muitas pessoas que a gente conversava diziam que iam aproveitar a oportunidade para conhecer o Marajó, ou Santarém. Então, não apenas Belém que ganha, mas todo o arredor e outros destinos, como os citados”, garantiu.
PETRÓLEO NO RIO AMAZONAS
Hana também respondeu sobre um dos principais debates atualmente: a possível exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. “Estão sendo feitos estudos de impacto ambiental, mas o que eu quero deixar claro e que é o que o nosso governador sempre fala é que a pauta do estado não é o petróleo, a pauta é a bioeconomia. Nós fomos o primeiro estado a elaborar um plano de bioeconomia e nós queremos, através dela, desenvolver o nosso estado”, afirmou.
BELÉM
A vice-governadora falou também sobre a relação do governo do estado com a prefeitura de Belém e como problemas da capital paraense, como a questão do lixo, podem ser solucionados. “O governador Helder, desde o início do mandato, sempre teve a premissa de que não adianta só o estado estar forte, é preciso os municípios estarem fortes. De que forma? Além das obras que nós fazemos, nós temos convênios com os municípios, e temos com Belém, para apoiar o município em pavimentações de vias, limpeza de vias, dragagem de canais. O estado tem dado suporte para a prefeitura de Belém para que ela possa melhorar os serviços prestados a população”, afirmou.
SUCESSORA DE HELDER BARBALHO?
Hana também foi questionada se será a sucessora do governador Helder Barbalho, o que vem sendo dito pelo próprio chefe do executivo estadual. “Eu costumo falar que é muito cedo pra esse tipo de diálogo. O que eu quero é ser uma vice que honre o cargo e que outras mulheres se inspirem no meu trabalho. Quero ser uma boa vice, uma vice-governadora leal e cuidar das pessoas que mais precisam”, disse.