Na quinta-feira, 16, o vereador de Sorocaba (SP), Cícero João (PSD), afirmou que ‘é normal’ mulher ser assassinada no Brasil. A fala ocorreu durante debate do projeto de lei que leva o nome de Marielle Franco, assassinada em 2018. O pl foi rejeitado por 12 votos a 7.
Durante o debate, Cícero João afirmou não ter nada contra nenhum vereador por “raça, cor ou segmento que ele seja”. “[…] quando vossa excelência fala de uma vereadora negra, uma vereadora LGBT, eu não tenho nada contra a nenhum vereador que raça, cor ou segmento que ele seja. Pode ser LGBT, pode ser o que for. Ele foi eleito pelo voto, tem o mesmo poder de voto do que eu. Não me interessa a forma que ele foi eleito”, disse ele.
Neste momento, ele foi interrompido pela vereadora do Partido dos Trabalhadores (PT) Iara Bernardi, que reforçou que Marielle foi assassinada. Em resposta, o vereador disse: “Todo dia são assassinadas mulheres brancas, mulheres negras, normal.” Iara Bernardi então questiona. “Normal?”
Em seguida, ele tentou justificar a fala. “Dentro da normalidade de ser assassinada. Agora, foi assassinada, não temos que distinguir uma pessoa, que é exatamente aquela pessoa, foi por isso, por isso e por aquilo.”.
Em contato com o portal de notícias G1, o vereador afirmou ser uma questão de interpretação. “Normal não é morrer, tanto mulher, quanto homem. Não de agressão. Não de cor preta, de cor branca, de cor azul, de cor amarela, nenhum. Morrer é normal. Todos nós vamos morrer um dia. A mulher não pode sofrer agressão. Nem agressão e nem o assassinato. Ninguém merece morrer assassinado. Agora, cada um interpreta da forma que quer.”, afirmou.