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Vice-governadora fala sobre trabalho do Comitê Estadual para a COP 30 em Belém:’Vai ser uma virada de chave’

Na tarde desta quarta-feira, 5, a vice-governadora do Pará, Hana Ghassan, recebeu a jornalista Mary Tupiassu, da equipe do BT Mais, no Palácio dos Despachos, em Belém, para falar sobre os projetos desenvolvidos pelo Governo do Estado, para a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30), que será realizada na capital paraense, em novembro de 2025.

Hana Ghassan é a coordenadora do Comitê Estadual criado para a COP 30. Durante a entrevista, a vice disse que o Pará trabalha no prazo de 28 meses para o evento que deverá acontecer durante 15 dias de conferência.

“Contratamos a Fundação Getúlia Vargas para trabalhar conosco e estamos estudando as COPs anteriores para preparar Belém para receber o mundo. Então nós estamos pegando essas últimas COPs para entender e cumprir todas as etapas para fazer um grande evento aqui. A COP será uma virada de chave para o Estado”, explicou.

Dentre os vários eixos de atuação do Comitê, como mobilidade urbana, infraestrutura, turismo e hotelaria, Ghassan lembrou que duas grandes obras pensadas para a COP já foram anunciadas e estão em andamento: o Porto Futuro Dois e o Parque da Cidade.

Porto Futuro Dois – O projeto está orçado em R$ 300 milhões e está previsto para ser concluído em 25 meses.

O novo espaço fica próximo às margens do rio Guamá, na avenida Marechal Hermes, centro de Belém, área onde já há o Porto Futuro I, o Terminal Hidroviário de Belém. Também ficam próximos a Estação das Docas e o Complexo Ver-o-Rio.

A primeira etapa do Porto Futuro foi inaugurada ainda na gestão anterior, de Jair Bolsonaro, em 2020. A obra na área portuária teve investimentos federais. O projeto foi planejado pelo governador Helder Barbalho em 2016, quando ele era ministro da Integração Nacional, ainda no governo de Michel Temer.

O projeto da primeira parte do Porto Futuro foi orçado em R$ 34,5 milhões para construção de complexo turístico com restaurantes e áreas para realização de eventos, além de pistas de corrida e ciclismo, banheiros públicos, playground, wi-fi grátis e um lago artificial. O lago é atração preferida das crianças que frequentam o espaço.

Já o projeto do Porto II prevê a criação do espaço do Porto Belém, em sete galpões, oficialmente cedido pela Companhia Docas do Pará (CDP) ao Estado. A previsão é de realização de atividades econômicas ligadas à cultura e ao turismo.

Parque da Cidade –  A área do antigo Aeroporto Brigadeiro Protásio, no bairro da Sacramenta, em Belém, ganhará um dos parques urbanos mais modernos do Brasil.

O Parque da Cidade será um espaço projetado para oferecer à população diversas opções de lazer, interação, cultura, arte e bem-estar. A obra representa a maior intervenção urbana dos últimos 100 anos na capital paraense.

O Parque da Cidade terá mais de 500 mil metros quadrados de obras construídas, além de uma área paisagística de 50 hectares. O equipamento cultural terá também um Centro de Economia Criativa, Centro Gastronômico, cinema, estúdio de gravação musical, mercado de produtos regionais, biblioteca, fonoteca, praça de alimentação, a praça marajoara e um ateliê multiuso. Haverá ainda uma Torre de Contemplação, um templo ecumênico, o “Oratório da Água e da Luz”, um Teatro Multiuso, palcos interno e externo e uma Praça de Exposição de Aeronaves, que manterá viva a memória do Aeroporto Brigadeiro Protásio e do Aeroclube de Belém.

No dia 17 de junho, durante visita do presidente Lula a Belém, o governador do Pará, Helder Barbalho, anunciou que o espaço vai funcionar como a sede da COP.

MOBILIDADE – Sobre as estratégias para aperfeiçoar a mobilidade urbana de Belém, a coordenadora do Comitê detalhou quais os projetos para esse segmento.

“Estamos pleiteando financiamento para colocar ônibus elétricos rodando na cidade, e requalificar a Doca e a Tamandaré promovendo uma mudança conceitual nesses corredores, remodelando essas vias. A prefeitura de Belém e a Secretaria de Obras Públicas estão alinhando essas requalificações dessas vias. Então tudo isso vai gerar emprego e renda para a cidade. E além de emprego e renda, essas obras vão deixar um legado importante para a nossa capital e para o estado”, afirmou Hana.

INFRAESTRUTURA – Além das obras já anunciadas do Porto Futuro 2 e do Parque da Cidade, Hana também detalhou algumas outras obras que serão implantadas.

“Temos três viadutos que serão feitos na Região Metropolitana de Belém. E principalmente a nossa proposta de fazer 13 corredores viários pensando na mobilidade”.

INICIATIVA PRIVADA – Ghassan confirmou que muitas empresas estão procurando a coordenação do Comitê para colaborar com as obras e demais projetos para a conferência.

“Estamos elaborando uma carteira com 35 projetos para apresentar às empresas da iniciativa privada, onde elas (as empresas) adotem um projeto necessário para a COP, e assim, a própria empresa vai executar e vai colocar a marca dela naquele projeto. A iniciativa privada vai ser uma grande parceira na COP”, disse.

PREOCUPAÇÃO – No tocante a atuação e participação da iniciativa privada, a coordenadora do Comitê também frisou que uma preocupação da pasta estadual é deixar um legado e não elefantes brancos.

“Nesse trabalho que estamos fazendo de estudar as COPs anteriores, é muito importante dizer que a nossa preocupação em relação à parceria com a iniciativa privada é de não deixar elefantes brancos. Nenhum recurso público será desperdiçado na COP. Nós não estamos criando nenhuma obra que não será utilizada pela população depois que a COP acabar, isso é muito importante dizer”.  

A coordenadora também fez questão de destacar que a COP não é apenas algo do governo do Estado, e sim de todos os entes da sociedade, incluindo gestão pública, população e sociedade.

“A COP não é do governo federal, não é do governo do Estado, ela é do Brasil. E para isso, precisamos do envolvimento de todos. Por isso, temos que compartilhar os recursos”.

Em relação à inclusão do setor privado, especialmente no ramo da hotelaria, Ghassan disse:

“Já estamos dialogando intensamente com o setor privado para acharmos soluções que atendam às demandas do segmento hoteleiro. Nesse diálogo é muito importante pensar a questão do retrofit (um termo utilizado principalmente em engenharia para designar o processo de modernização de algum equipamento já considerado ultrapassado ou fora de norma), e para isso, estamos buscando uma linha de financiamento específica no BNDES, para melhorar e ampliar a rede hoteleira, e assim, podermos atender da melhor forma o público que vai vir para a COP”.