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Victor Bonato: depoimentos contra ‘líder religioso’ indicam padrão de comportamento; entenda

O influencer religioso Victor de Paula Gonçalves, conhecido como Victor Bonato, enfrenta um inquérito que baseia a prisão temporária do influenciador em três depoimentos dados por vítimas que procuraram a Delegacia da Mulher de Barueri e o acusaram de estupro e violação sexual mediante fraude.

Os depoimentos dados pelas mulheres podem indicar um padrão praticado por Victor com cada uma das vítimas.

Aviso de gatilho: este texto apresenta conteúdo sensível e desconfortável para algumas pessoas.

O QUE DIZEM AS VÍTIMAS?

A primeira mulher a dar depoimento sobre seu envolvimento com Bonato tem 19 anos de idade e afirmou que Victor sempre demonstrou um comportamento religioso e bem intencionado. Porém sua relação teria mudado a partir de junho, após ele passar a mão pelo corpo dela enquanto assistiam a um filme. 

Após isso, Victor teria começado a insistir para saírem de novo e, segundo a vítima, por ainda “acreditar que ele era um homem correto”, acabou combinando de encontrá-lo em sua casa.

Victor teria a coagido a tirar a roupa e forçado a mão dela em seu pênis e em seguida, ao negar ter relações sexuais com ele, a vítima teria sido imobilizada e ele teria afirmado que “já que ela não queria ter relações com ele, descreveria todos os atos sexuais que gostaria de praticar com ela”.

A jovem contou que em determinado momento do sexo, Victor teria ficado mais agressivo e começado a agredi-la com força, usando de diversos tapas em seu rosto e dizendo “por você não ter me dado daquela vez”, se referindo aos acontecimentos anteriores. 

Por fim, no dia 9 de junho, ela ainda muito assustada teria se encontrado novamente com o influencer e os dois teriam dormido juntos. Ao acordar, ele teria dito em tom de ameaça: “vou te dar duas opções, ou eu vou te levar para almoçar e você vai me deixar puto, ou eu vou tirar toda a sua roupa”. Ela afirmou ter se sentido forçada a tirar a roupa para ele mais uma vez. 

SEXO ORAL FORÇADO 

O segundo relato é de uma estudante de 20 anos de idade, que contou à polícia que no dia 27 de julho teria ido para a casa de Victor quando, assim como no primeiro depoimento, ele teria começado a passar a mão pelo corpo da vítima que se irritou com a situação e foi embora. 

Em um segundo momento, a mulher teria voltado a se encontrar com o influencer novamente e trocado beijos consensualmente, porém, Victor teria forçado a mão da vítima em suas partes íntimas novamente e continuava a insistir mesmo após a mulher pedir para que ele parasse. Além do desconforto, a vítima afirma que Victor teria passado cerca de 30 minutos insistindo para que ela fizesse sexo oral nele, até ela se cansar da situação e ir embora do local.

Após um período afastados Victor teria continuado mandando mensagens de cunho sexual. No último dia 20 de agosto, a vítima conta que acabou aceitando o convite para ir a casa de Victor novamente onde ele voltou a persuadir a mulher de fazer sexo oral nele. 

Ela diz que, de novo, ele insistiu por muito tempo, até que falou: “Quão brava você vai ficar comigo se eu colocar na sua boca?”, e ela afirma que deixou claro que não queria que ele fizesse aquilo. 

Ele, no entanto, teria colocado o corpo por cima dela enquanto ela estava deitada no sofá, imobilizando-a, e colocado o pênis à força em seu rosto. A agressão só teria parado quando a mulher botou a mão no pênis dele com o intuito de empurrá-lo para longe fazendo com que Victor ejaculasse. 

REAÇÕES VIOLENTAS

A terceira vítima, uma empresária de 24 anos, deu um relato muito parecido com os depoimentos anteriores. Novamente na casa do influencer, Victor teria passado a mão pelo corpo da vítima sem consentimento e usava argumentos de ser influente como líder religioso para que ela tivesse relações sexuais com ele. 

Durante um encontro no dia 22 de julho, ela relata que saiu com Victor e mais uma amiga e ao chegar na casa da vítima, o religioso teria esperado um momento onde os dois ficaram a sós e tirou a roupa para surpreendê-la e agarrou sua cabeça para que ela fizesse sexo oral nele sem o consentimento dela. 

Em seguida eles teriam tido relações sexuais com o consentimento da vítima, até que Victor começou a segurá-la com força pelas mãos e a teria esganado. Ela então pediu para que ele parasse, porém ele continuou e ao fim do ato se levantou e dormiu em outro quarto. 

Atualmente Victor está preso, e postou um vídeo antes de ser detido afirmando ter “cometido pecados” e que caiu em “imoralidade e iniquidade”. A advogada Samara Batista Santos afirmou que Victor nega todas as acusações, embora ainda não tenha sido realizado um interrogatório.