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Vida após sequestro: mãe e crianças passam por dificuldades financeiras e seguem com medo

O BT conversou com Ana Júlia Brito, de 26 anos, que foi sequestrada junto de seus três filhos, na última semana, no caso que durou mais de 17 horas e comoveu a capital paraense em um cenário de apreensão e tensão. A jovem contou que segue abalada e com medo, assim como os filhos pequenos, e aos poucos, vão retornando à rotina, em meio à diifculdades.

“Ainda estamos abalados e com medo. Meus filhos e eu não queremos sair de casa. A minha pequena não sai do meu colo, tá com dificuldades para ir ao banheiro. O meu filho tá adoecido. Ele é autista, não quer sair da cama. Eu cancelei a minha agenda de trabalho, só vou voltar quando os meus filhos estiverem bem. Ainda está um pouco difícil, financeiramente, para pagar as contas, por causa das festas que cancelei. Trabalho como palhaça em festas, escolas e aniversários e sempre uso carro por aplicativo para levar o material, maiquagem, bolsa. E agora estou com medo de andar de novo em viagem de aplicativo”, explicou Ana Júlia sobre os dias após o sequestro.

Há sete anos trabalhando no ramo de festas, a paraense vem recebendo apoio e solidariedade depois de toda a situação delicada que viveu no sequestro, mas teve que cancelar alguns contratos e devolver os valores acordados. Os quatro já iniciaram, na última semana, os primeiros atendimentos e conversas com a equipe de profissionais de saúde acerca de cuidados mentais.

“Algumas consultas já podem ser marcadas para mim e meus filhos, na Delegacia da Mulher (DEAM), também no Renato Chaves e uma outra parte do tratamento na Santa Casa para as crianças, mas eu pedi uma ajuda de custo para pelo menos o deslocamento para essas consultas, ao menos para levar e deixar a gente. Estou aguardando uma resposta deles, da ParáPaz´”, contou a moça.

Segundo Ana Júlia, até o momento, a assistência que a família recebeu foi para tratamento e amparo psicossocial por meio da Fundação ParáPaz. Além disso, quem quiser doar e ajudar a famíli de algume forma pode doar através da chave PIX: [email protected]

Em resposta ao BT, a diretora da ParáPaz na Deam, Liane Dias, detalhou o trabalho de assistência que os quatro irão receber. “Eles vão receber atendimento pediátrico (para as crianças) e psicológico, além de outros serviços como a Defensoria Pública. Um motorista está à disposição para levare buscar eles para os atendimentos e enquanto durar toda a assistência”, afirmou.