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Vídeo exclusivo mostra ataque à sede da BBF. Indígenas alegam reação as agressões da empresa

Nesta segunda-feira, dia 7 de agosto, a sede da Brasil Bio Fuels – SA (BBF) foi incendiada por indígenas na sede de Tomé-Açu, nordeste do Pará, no território Turé Mariquita.

Segundo informações apuradas pelo BT Amazônia, nesta segunda, haveria uma conversa com o Conselho Nacional de Direitos Humanos e os indígenas foram protestar em frente a sede da BBF, sobre o baleamento de Kauã Tembé, de 19 anos, que aconteceu na última semana, além de reivindicar pelo direito à propriedade.

Um vídeo de câmeras do circuito interno mostra o momento em que os indígenas invadem a entrada da sede da BBF e quebram a frente da propriedade. 

Três indígenas foram baleados, entretanto, não se sabe se o baleamento foi antes ou depois que os equipamentos da sede foram incendiados.

Os indígenas baleados foram:  Felipe Tembé, Daiane Tembé e Erlane Tembé. Ainda segundo as informações dos indígenas, Daiane Tembé estava gravando toda a ação com um celular e foi baleada no pescoço, e na boca, além de ter o aparelho quebrado pelos seguranças. Ela está em estado grave sendo transferida para Belém. Daiane e Erlane estão no hospital de Quatro Bocas, no distrito de Tomé Açu.

Felipe Tembé foi levado pelo camburão da Polícia Militar para Castanhal e estamos apurando o motivo pelo qual ele foi levado.

Veja o vídeo:

O QUE DIZ O GRUPO BBF:

O BT Amazônia entrou em contato com a Brasil Bio Fuels – SA (BBF), que respondeu em nota: “O Grupo BBF (Brasil BioFuels) esclarece que o Polo de Tomé-Açu, propriedade privada da empresa composto pela Agrovila, Administração Geral e Áreas de Infraestrutura, foi novamente invadido e teve equipamentos incendiados e edificações destruídas por invasores indígenas na manhã desta segunda-feira.

Na ação, cerca de 30 invasores armados ameaçaram e agrediram trabalhadores da empresa no local, antes de incendiar dezenas de tratores, maquinários agrícolas e edificações da empresa. Em defesa, a equipe de segurança privada da Companhia conseguiu conter a ação criminosa dos invasores e resguardar a vida dos trabalhadores que estavam no local.

A empresa reforça que já tomou as medidas jurídicas cabíveis junto ao poder judiciário bem como também o apoio aos órgãos de segurança pública do Estado do Pará e aguarda uma rápida solução do caso”, informa.

O QUE DIZ A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA OAB:

O BT Amazônia conversou com José Maria Vieira, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, que afirmou que entrará com um ofício sobre o caso.

“A BBF não ouve os indígenas. Existem mais de 800 ocorrências contra o Grupo e nós solicitamos uma intervenção do Governo do Pará para acalmar e apaziguar o conflito.”, afirmou.

O BT entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup). Em resposta, o órgão disse:

” A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) informa que, apesar do caso ter ocorrido dentro de uma propriedade particular, está tomando todas as providências, dentro das atribuições do Estado, para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. A Segup destaca que o policiamento na área foi reforçado e  que as Polícias Civil e Militar estão em diligências para esclarecer os fatos e instaurar inquérito para investigar e identificar os suspeitos”.