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Vídeo: fumaça é registrada na avenida João Paulo II em Belém, nesta quarta,04

Moradores da avenida João Paulo II, em Belém, registraram uma grande fumaça na manhã desta quarta,04. A principal hipótese é que a fumaça seja consequência dos recentes incêndios ocorridos na região metropolitana da capital, como no Aurá e Águas Lindas, em Ananindeua.

Um seguidor comentou que poderia ser uma fumaça derivada do bairro de Águas Lindas, onde houve um recente registro de incêndio combatido pelo Corpo de Bombeiros.

De novo, moradores de Belém registram fumaça no céu pela manhã. Imagem reprodução.

“Essa fumaça está vindo de Águas Lindas. três dias de incêndio. Os bombeiros vieram ontem, mas o fogo persistiu. Impossível sair na rua sem tossir e a visão fica embaçada de tanta fumaça”, comentou um seguidor.

Outra seguidora relatou que a fumaça chegou ao bairro onde ela mora, em Nazaré: “Está vindo (a fumaça) para o bairro de Nazaré. Minha casa amanheceu pura fumaça. Eu e minha neta estamos com muita alergia respiratória, e fora a quentura o dia todo”, lamentou.

Em contato com o Corpo de Bombeiros, o Major Leonardo informou que os incêndios e a fumaça tem sido frequentes por conta do tempo seco, a ausência de chuvas e a estiagem em boa parte do Pará, o que acentua a ocorrência de incêndios e focos de fogo por conta do calor.

“O tempo seco que estamos vivendo no verão amazônico contribui para esses incêndios frequentes e a fumaça de manhã cedo que muitas pessoas estão percebendo em bairros de Belém. Determinar de onde vem a fumaça é difícil porque depende vários fatores. estamos com uma ausência de chuvas, e muitos pontos podem entrar em combustão rapidamente, como os recentes combates que tivemos no lixão do Aurá e também em Águas Lindas”, explicou.

Sobre o monitoramento do órgão, Leonardo disse que um monitoramento via satélite é feito para atuar em localidades com alto foco de calor.

“Não há um equipamento que permita levar bastante água para combater os incêndios. No lixão do Aurá, por exemplo, é uma área muito grande. As nossas equipes combatem um foco de fogo e tempos depois surge outro. A quentura permanece embaixo dos entulhos e do lixo, o que rapidamente entra em combustão e pega fogo muito rápido. Temos que escavar os entulhos para combater o fogo. Tem muito metano no lixão, que é um gás que entre em combustão por si só. Estamos com o apio da secretaria de meio ambiente nesse trabalho, desde sexta-feira passada, final de semana e esta semana nossas equipes já retornaram lá, tanto pela manhã e à tarde. Seis equipes já foram deslocadas para o Aurá. Fazemos monotiramento via satélite dos pontos de calor na região metropolitana, através do painel do fogo, junto com o Censipan”, detalhou.

O contato para acionar o Corpo de Bombeiros em caso de incêndio é o 193. O BT solicitou mais informações ao Corpo de Bombeiros sobre os recentes incêndios.

O QUE A FUMAÇA PROVOCA?

O contato a fumaça pode causar danos aos olhos, à pele e às vias respiratórias e intoxição nas vias aéreas, enquanto que o fogo e o calor das chamas podem provocam sintomas como ardência, irritação, lacrimejamento, entre outros desconfortos nos olhos e queimaduras na pele.

O ar entra pela boca ou nariz, passa pela traqueias, vai para os brônquios e chega aos alvéolos, que ficam no final do pulmão. É através dessas células que ocorrem as trocas gasosas: o oxigênio entra no sangue e o gás carbônico é retirado. Esse processo respiratório é muito rápido, dura menos de um segundo.

Quando inalamos fumaça, ela faz o mesmo caminho do oxigênio e demora o mesmo tempo para chegar aos pulmões. A primeira reação do nosso corpo é combater essas substâncias tóxicas. As células de defesa começam a liberar enzimas, só que elas atacam as próprias células do pulmão, onde estão as substâncias tóxicas.

A fumaça quente aumenta os danos nas vias respiratórias. Em alguns casos as pessoas ficam com sinais de irritação. Essas pessoas podem desenvolver, em até cinco dias, doenças perigosas como a bronquiolite e a pneumonia, segundo especialistas.

CUIDADOS

Para o doutor André Nunes, que é pneumologista, é fundamental, nesse periodo de calor, que as pessoas mantenham os espaços e ambientes arejados, higienizados e climatizados. “É primordial se afastar o máximo da fonte de calor, quanto mais próximo, maior a concentração de particulas no ar e seus efeitos nocivos. Manter ambientes arejados ou climatizados, higienizados, umidificados é necessário para a saúde”, disse.

Caso ocorra a exposição e o contato com a fumaça e o calor de um incêndio, o especialista recomenda a utilização de colírios e muita hidratação porque o calor desidrata.

“Usar colírios lubrificantes, se hidratar bem. Alguns casos pode até usar máscaras se estiver insuportável a fumaça e não for possível sair imediatamente, depende muito da concentração da poluição. Evitar lugares abafados, com pouca ventilação, isso é outra orientação que ajuda nesses casos”, afirmou.

Caso as complicações avançem, Nunes detalha como proceder: “qualquer desconforto maior como tosse persistente, falta de ar, chiado no peito, ardor e vermelhidão nos olhos e pele, mal estar, sensação de desfalecimento, dor torácica, congestão nasal excessiva são motivos de maior atenção. Particularmente importante crianças, idosos, alérgicos e aqueles com saúde debilitada”, contou.

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