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Vídeo: fumaça no céu de Santarém é registrada e incomoda moradores; professor explica

Há duas semanas muita fumaça vem se concentrando no céu de Santarém, no oeste do Pará, o quem vem preocupando e incomodando moradores, na localidade. Na última quinta,02, novos registros de fumaça foram feitos.

O professor doutor, Lucas Vaz Peres, do curso de Ciências atmosféricas, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), explica que, de acordo com suas análises, a fumaça é gerada por causa de focos de queimadas concentrados no leste do Pará, que levantam a fumaça que é transportada pelos ventos.

“No Observatório Atmosférico da Amazônia, da Ufopa, junto com a equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), percebemos, analisando as imagens de satélite junto com os nosso equipamentos que companham a movimentação atmosférica, que tem muita queimada no leste do Pará, Maranhão, Tocantins, entrando nordeste dentro. Esses focos de queimadas então, que levantam essa fumaça que a gente vê no céu, vem sendo transportada em baixos ventos aqui para Santarém. A gente tem também a ocorrência de queimadas na cidade, em beira de estrada, em área rural, mas ela (as queimadas) estão sendo muito mais intensas no leste do Pará. 80% dessa fumaça vem dessas queimadas no leste e 20% das queimadas locais”, explica Peres.

FAZ MAL PARA A SAÚDE ESSA FUMAÇA?

O contato a fumaça pode causar danos aos olhos, à pele e às vias respiratórias e intoxição nas vias aéreas, enquanto que o fogo e o calor das chamas podem provocam sintomas como ardência, irritação, lacrimejamento, entre outros desconfortos nos olhos e queimaduras na pele.

O ar entra pela boca ou nariz, passa pela traqueias, vai para os brônquios e chega aos alvéolos, que ficam no final do pulmão. É através dessas células que ocorrem as trocas gasosas: o oxigênio entra no sangue e o gás carbônico é retirado. Esse processo respiratório é muito rápido, dura menos de um segundo.

Quando inalamos fumaça, ela faz o mesmo caminho do oxigênio e demora o mesmo tempo para chegar aos pulmões. A primeira reação do nosso corpo é combater essas substâncias tóxicas. As células de defesa começam a liberar enzimas, só que elas atacam as próprias células do pulmão, onde estão as substâncias tóxicas.

A fumaça quente aumenta os danos nas vias respiratórias. Em alguns casos as pessoas ficam com sinais de irritação. Essas pessoas podem desenvolver, em até cinco dias, doenças perigosas como a bronquiolite e a pneumonia, segundo especialistas.

CUIDADOS

Para o doutor André Nunes, que é pneumologista, é fundamental, nesse periodo de calor, que as pessoas mantenham os espaços e ambientes arejados, higienizados e climatizados. “É primordial se afastar o máximo da fonte de calor, quanto mais próximo, maior a concentração de particulas no ar e seus efeitos nocivos. Manter ambientes arejados ou climatizados, higienizados, umidificados é necessário para a saúde”, disse.

Caso ocorra a exposição e o contato com a fumaça e o calor de um incêndio, o especialista recomenda a utilização de colírios e muita hidratação porque o calor desidrata.

“Usar colírios lubrificantes, se hidratar bem. Alguns casos pode até usar máscaras se estiver insuportável a fumaça e não for possível sair imediatamente, depende muito da concentração da poluição. Evitar lugares abafados, com pouca ventilação, isso é outra orientação que ajuda nesses casos”, afirmou.

Caso as complicações avançem, Nunes detalha como proceder: “qualquer desconforto maior como tosse persistente, falta de ar, chiado no peito, ardor e vermelhidão nos olhos e pele, mal estar, sensação de desfalecimento, dor torácica, congestão nasal excessiva são motivos de maior atenção. Particularmente importante crianças, idosos, alérgicos e aqueles com saúde debilitada”, contou.

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