Vídeo compartilhado nas redes sociais mostra forte aparato policial da Polícia Militar em frente ao novo Pronto Socorro Municipal de Ananindeua, recém inaugurado na última quinta, 4. Por conta disso, um grupo de pessoas, incluindo profissionais da área da saúde, protestaram em frente ao local, onde funcionava o Hospital Camilo Salgado, na avenida Mário Covas, esquina com avenida Hélio Gueiros.
O PROTESTO NO PSM DE ANANINDEUA
O grupo protestou pedindo para que o hospital entre em funcionamento e não seja fechado, para que possa atender à população que necessita dos serviços de saúde pública.
Após a inauguração, o prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, publicou um vídeo nas suas redes sociais, no último sábado, 6, alegando que o PSM do município está sofrendo uma tentativa de fechamento e acusa membros do governo estadual e o ex-deputado estadual, Luiz Sefer, um dos sócios do antigo Hospital Camilo Salgado, que foi transformado no PSM inaugurado.
O hospital foi desapropriado por R$ 14 milhões, dos quais R$ 12 milhões já foram pagos. O valor restante de R$ 2 milhões deve ser quitado até o final do mês de julho, mas Sefer entrou na justiça pedindo o fechamento do hospital, conforme afirma o prefeito de Ananindeua.
O OUTRO LADO
Após o vídeo publicado pelo prefeito de Ananindeua, Gustavo Sefer, filho de Luiz Sefer, deputado estadual e atual vice-presidente da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), também publicou um vídeo nas suas redes sociais, compartilhando a versão da sua família a respeito da questão que envolve o novo PSM e o antigo Hospital Camilo Salgado.
“A estrutura desse Pronto Socorro era do Hospital Camilo Salgado, que pertence a minha família há 30 anos, e mais dois sócios. Durante 30 anos prestou um serviço muito importante [….] Em janeiro de 2021, no mandato do atual prefeito, ele suspendeu os repasses ao hospital, o que naturalmente fez com que o hospital precisasse suspender o atendimento, como ele justifica no vídeo dele:
“Prestava um serviço com muitas reclamações das pessoas”. É verdade prefeito, concordo com você. A partir de janeiro de 2021, quando assumiu a prefeitura. Acontece que no final de 2021, o prefeito procurou os proprietários com a proposta de desapropriação para construir o primeiro hospital de Ananindeua, como tá lá na proposta de campanha dele. Como ele não teve tempo, competência ou recurso para construir, o caminho que ele adotou foi desapropriar um hospital que já atendia, e ele atribuiu um valor de 14 milhões (para desapropriar a estrutura do antigo hospital), que foi um valor muito inferior à avaliação que vários corretores fizeram a época, mas os proprietários assinaram um contrato. Desapropriação nada mais é do que um contrato de compra e venda. Esse contrato foi atribuído o pagamento desses R$ 14 milhões, que seriam pagos da seguinte forma: o contrato foi assinado em janeiro de 2022, em fevereiro pagaram o sinal, de R$ 4 milhões de reais. E aí tinha 10 meses pra pagar um milhão por mês, totalizando, no final de dezembro de 2022, os 14 milhões. Esses pagamentos nunca aconteceram da maneira que deveriam acontecer, e, depois de quase um ano sem nenhum pagamento, os proprietários perceberam que aquilo ali estava se tratando de um golpe, um calote, e recorreram ao caminho que pessoas do bem recorrem, a Justiça. Foi pedido pra Justiça fechar o hospital, proibir que o hospital inaugure? Não, o pedido foi que ele (o prefeito de Ananindeua) quitasse o valor que ele ainda deve até hoje. Então, na verdade prefeito, mas você parece que toda a hora quer ser vítima. É a primeira vez eu vejo um comprador, que não paga o que combina, querer se fazer de vítima, ou atribuir a outra pessoa a culpa de outra coisa. A verdade não é essa, ninguém quer que o hospital não funcione, eu quero que funcione, até porque o hospital já foi desapropriado, só que a desapropriação só conclui quando a prefeitura quitar o valor que ela combinou. O que a gente quer é que termine de pagar o que foi acordado”, ponderou Gustavo Sefer.
O BT pediu uma posição à Justiça do Pará sobre o caso e aguarda retorno.
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