Uma motociclista foi arrastada por um carro no final da tarde da última segunda-feira, 29, na rua Arciprestes Manoel Teodoro, no bairro de Batista Campos, área nobre de Belém. A motociclista, Alana Thalita, contou ao BT que foi arrastada por cerca de dois quarteirões e se segurou com toda a força para não cair. A mulher teve ferimentos nas mãos e pernas.
“Eu estava na minha moto, quando avistei dona Rute, uma idosa de 70 anos, que tentava manobrar para estacionar o seu carro, porém vários carros ficaram passando na rua. Então, eu parei a minha moto e dei espaço para ela manobrar e prosseguir. Como sei da impaciência das pessoas no trânsito, dei preferência para ela, afinal é uma senhora de 70 anos. Porém, um taxista de nome Adalberto, que estava no carro atrás, tentou forçar uma passagem pela minha lateral e me imprensou, fiquei presa entre o carro dele e um outro que estava estacionado. Minha única atitude foi chutar o carro dele para me livrar. Aí ele saiu descontrolado do táxi e começou a chutar a minha moto. Aí a minha atitude foi bater no vidro da porta do motorista e fui para frente do carro dele para bater foto da placa do carro para tomar as medidas legais, caso ele danificasse a minha moto. Quando eu estava tirando o capacete para tentar conversar, foi quando ele acelerou o veículo para cima de mim”, explicou a jovem.
Pendurada no carro, Alana só pensou em se segurar com as mãos para não cair:
“Me segurei bem forte, tão forte que meus dedos ficaram presos no capô do carro. Fui arrastada por dois quarteirões e meio e gritava “para, eu tô presa. Quero sair”. Como estava tendo a festividade na Paróquia Santa Trindade, ele foi forçado a parar. Algumas pessoas que estavam ali no local puxaram ele à força de dentro do carro e me ajudaram a tirar as minhas mãos do capô. Após eu sair, o sr. Adalberto fugiu do local e alguns motoqueiros perseguiram ele, quando por sorte, uma viatura da PM passou e relatamos toda a situação. Fomos levados para a Seccional de São Brás e registrei a ocorrência”, detelhou a vítima.
Ainda conforme afirma a vítima, ela esperou por horas na delegacia e quando prestava seu depoimento, o taxista que arrastou a moça foi embora na companhia da filha advodada.
“Ele figiu na companhia da filha advogada e os mesmo não voltaram, nem com documento, nem com veículo dele, com nada, eles fugiram do local. Como consegui bater foto da placa, conseguimos identificar os dados pessoais e residenciais. Peço justiça, peço que compartilhem, que façam barulho, isso não pode ficar assim. Respeitem o trânsito, respeitem os motoqueiros, tenham mais paciência, tenham mais amor”, disse.
A motociclista tem um filho e está prestes a completar mais um ano de vida. Ela desabafa que poderia ter acontecido algo pior se não tivesse força. “Daqui à uma semana é meu aniversário, se eu não tivesse tido forças pra ter me segurado, em vez de meus familiares celebrarem minha vida, poderiam chorar pela minha morte. Agradeço a Deus pelo livramento, só conseguia pensar no meu filho, em ter forças para me segurar por ele”, concluiu.
O BT entrou em contato com a Polícia Militar e Civil sobre o caso. Em nota a PC disse: “A Polícia Civil informa que o caso é investigado pela Seccional de São Brás. Imagens foram solicitadas. Três testemunhas foram ouvidas além da vítima. Diligências são realizadas para coletar mais informações sobre o ocorrido”.
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