Desde o final da apuração das urnas no segundo turno das eleições presidenciais de 2022 e o começo dos atos antidemocráticos realizados por manifestantes pró-Bolsonaro em diversos pontos pelo país, um cenário se mostrou comum em todos os estados: a hostilidade contra jornalistas e profissionais da imprensa.
Foram inúmeros os casos registrados em vídeo, muitas vezes em transmissões ao vivo, que mostram os profissionais acuados e, em alguns casos, cercados por bolsonaristas.
VEJA ALGUNS CASOS:
Em Corbélia, no Paraná, a equipe do site Conexão Revista foi hostilizada enquanto registrava ato na BR-369. A jornalista Lindiagane Carvalho aparece no vídeo discutindo com manifestantes presentes após ser agredida verbalmente. Estamos aqui fazendo o nosso trabalho, eu estava entrevistando a PRF”, conta a repórter.
Em Cascavel, também no Paraná, a equipe de reportagem do Grupo CATVE de Comunicação também foi hostilizada por bolsonaristas. “Mostra que estamos sendo hostilizados aqui”, pede a repórter ao cinegrafista enquanto os manifestantes gritam e tentam pegar o equipamento de transmissão. “Estamos sendo desrespeitados”, afirma a jornalista.
Em Blumenau, Santa Catarina, a equipe da NDTV, afiliada da RecordTv, foi hostilizada por bolsonaristas, ao vivo, que exigiam, aos gritos, que as imagens fossem apagadas. “Amigo, nós estamos ao vivo”, disse o repórter Stevão Lima tentando acalmar a situação.
Em Manaus, no Amazonas, a equipe de reportagem da TV Band teve o trabalho interrompido por diversas vezes por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que gritavam palavras de ordem e pediam intervenção militar, o que é proibido constitucionalmente. O repórter Erick Valente chega a ser empurrado por alguns manifestantes.
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, o repórter Lucas Abati e o cinegrafista Cristiano Mazoni, do SBT, foram cercados por apoiadores pró-Bolsonaro que questionavam o uso do termo “antidemocrático” por parte do jornalista. É importante lembrar que as manifestações são antidemocráticas, uma vez que pedem por intervenção militar e desrespeitam o resultado das urnas nas eleições de 2022.
Já em Mirassol, interior de São Paulo, o repórter Yuri Macri e o colega cinegrafista, ambos da Record News, precisaram de escolta policial para sair do cerco feito pelos manifestantes bolsonaristas. Os profissionais foram agredidos e tiveram o equipamento quebrado.