Homens negros jovens foram as principais vítimas de mortes decorrentes de operações policiais no ano de 2020. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o primeiro ano da pandemia foi trágico e, para além do vírus, o Brasil registrou recorde de mortes por violência policial, um total de 6.146 mortes.
Há pouco mais de um ano, câmeras acopladas nos uniformes de policiais militares começaram a ser usadas com o objetivo de diminuir o índice de abuso de autoridade. No dia 1º de agosto de 2021 essa medida passou a valer na capital São Paulo, primeira cidade brasileira a adotar o sistema. Desde então os índices de violência policial diminuíram 46% e as abordagens policiais estão se tornando cada vez menos invasivas e violentas.
De acordo com uma pesquisa do Datafolha feita entre os estados que já modernizaram os uniformes dos policiais militares, 90% da população aprova o uso das câmeras, já as pessoas que desaprovam não chegam a somar 7%.
Os policiais militares de São Paulo possuem mais de 8 mil câmeras que gravam tudo e, ainda segundo o Governo de São Paulo, até o final de 2022 mais de 10 mil câmeras serão acopladas aos uniformes de policiais.
Por mais que a letalidade em operações policiais tenha caído 80%, alguns políticos que estão entre os pré-candidatos para o governo de São Paulo são contra esta medida: São eles: Márcio França (PSB), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Abraham Weintraub (PMB). Os respectivos pré-candidatos alegam que o uso das câmeras é invasivo e condicionam o uso das câmeras ao controle absoluto do policial militar no registro das imagens.
No entanto, no meio desta polêmica se encontra uma contradição. O compartilhamento de imagens gravadas diretamente dos celulares próprios de policiais, que vira e mexe viralizam nas redes sociais, seja com críticas ou aprovações. Relembre este caso recente que ocorreu aqui em Belém:
No estado do Pará a prática das câmeras acopladas em uniformes de policiais militares ainda não foi implementada, apenas o Detran possui esta tecnologia. Em toda a região norte do Brasil apenas Rondônia já iniciou este processo.