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“Voto do eleitor de Ciro é decisivo”, diz CEO da Quaest

Nesta quarta-feira, 17, o Portal UOL entrevistou o CEO da Quaest Consultoria, empresa especializada em pesquisas e consultorias, Felipe Nunes e perguntou sobre o cenário que ele enxerga para a corrida presidencial no Brasil. “Quando analiso esses dados, olho não só para o placar eleitoral, mas para como o jogo está sendo jogado. Acho que caminhamos para uma diminuição das chances de uma decisão no 1º turno. É bom lembrar que só Fernando Henrique Cardoso venceu eleição no 1º turno no Brasil nos longevos anos de 94 e 98. Mesmo o Lula, no alto da popularidade, não conseguiu vencer. Então, olhando para os números, mas fazendo uma análise também histórica das eleições no Brasil, apostaria que estamos caminhando para uma eleição de 2º turno”, analisou Nunes.

Felipe Nunes, CEO da Quaest. Foto: Reprodução.

Outro ponto analisado por Nunes foi o número de eleitores de Ciro Gomes (PDT). Segundo o CEO, essa porcentagem será decisiva nas eleições deste ano. “Se houver uma chance real de Lula vencer no 1º turno, o eleitor do Ciro tem incentivos para fazer essa migração de voto, mas acho que o eleitor do Ciro vai ser mais importante no 2º turno do que no 1º. A tendência é que no 2º turno a distância entre Lula e Bolsonaro seja ainda maior do que está no 1º, mostrando que o eleitor do Ciro está migrando para Lula nesta segunda rodada da eleição”, disse.

Ciro Gomes. Foto: Reprodução.

Felipe Nunes também afirmou que a diminuição da vantagem de Lula sobre Bolsonaro nas intenções de voto se deve não somente a fatores políticos, mas também sociológicos. “A aproximação de Lula e Bolsonaro nas últimas quatro pesquisas é um efeito sociológico. (…) nos últimos quatro meses vimos um aumento considerável do voto evangélico em Bolsonaro. Embora o quadro geral tenha ficado estável e variando na margem de erro, a distância de Lula e Bolsonaro nos evangélicos está aumentando, sugerindo que a ofensiva feita pelo presidente começa a dar resultados. A grande movimentação social até agora tem sido a movimentação nos evangélicos”, finalizou.

Lula e Bolsonaro. Foto: Reprodução.