Tem um certo machismo nessa manchete, afinal não são só as avós que resolveram fumar e tragar. Os vovôzinhos também foram atrás, também entraram na onda e já andam cada vez mais chapados. A pessoas idosa anda descobrindo a cannabis, ou no papo reto, andam fumando maconha para prevenir ansiedades, crises de tédio, dores crônicas e problemas relacionados ao sono.
Em 2020, uma análise realizada a partir da Pesquisa Nacional de Uso de Drogas e Saúde, nos EUA, descobriu que o uso da maconha, no ano anterior, cresceu 75% entre o público com mais de 65 anos. O uso cresce mais ainda entre as mulheres e entre pessoas com renda e educação superior. Mas a pergunta de um milhão de tragos é: isso é bom ou ruim?
Antes de responder a pergunta, é fato que o aumento dos casos de legalização acabou por diminuir o estigma sobre o usuário. O maconheiro agora virou cannabista. Uma pessoa que usa a droga para fins terapêuticos e não recreativos. Então, esse ambiente social mais permissivo, ajuda bastante para o aumento da procura, principalmente pela pessoa idosa. Então agora, a cannabis está mais disponível e o usuário não sofre mais a marginalização que sofria. Nos EUA, só 3 estados proíbem algum uso da Cannabis medicinal. Mas velhos e velhas estariam correndo riscos ou na verdade se beneficiando com as propriedades terapêuticas da Cannabis?
Para alguns médicos, pacientes que já estavam estáveis, voltaram para “ajustes”depois que passaram a usar Cannabis. Também foram constatados aumento nos surtos de ansiedade e a insônia havia piorado.
Uma revisão no JAMA Network Open, que é uma coleção de 12 revistas médicas internacionais revisadas que apresentam o melhor em pesquisas, analisou vários ensaios clínicos de uso de canabinóides por pessoas com mais de 65 anos e encontrou associações com tonturas, desmaios, distúrbios de pensamento e percepção.
Como as evidências científicas nunca tem apenas um lado, um outro estudo importante da National Academy of Science, Engineering and Medicine, uma academia científica nacional Norte-Americana, encontrou evidências de que a Cannabis pode aliviar náuseas e vômitos da quimioterapia, espasmos musculares de escleroses múltiplas e certos tipos de distúrbios de sono e dor crônica.
O fato é que todas as pesquisas indicam o aumento do uso da Cannabis entre pessoas idosas e ainda poucos estudos mais robustos sobre causas e efeitos. Se de um lado ser polifarmácia (pessoas idosas que usam múltiplos medicamentos) não é nada saudável, por outro, o uso de substância psicoativas em pessoas idosas podem, entre tantas consequências, aumentar a incidência de quedas levando a uma internação, isso sim terrível para velhos e velhas, o que, segundo gerontólogos, é algo que precisa ser evitado a todo custo.