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Zequinha Marinho é alvo do STF em investigação de grilagem em terra indígena

Na sexta-feira, 28 de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu da Justiça Federal do Pará uma investigação sobre o possível envolvimento do senador Zequinha Marinho, do partido Podemos, com uma organização criminosa suspeita de grilagem em territórios indígenas no estado do Pará.

A investigação teve início em agosto de 2022, quando o Ibama encontrou, durante uma inspeção na Terra Indígena Ituna-Itatá, cinco barracos, veículos e mais de 50 pessoas no local. Essas pessoas estavam desmatando a área com a intenção de criar um loteamento ilegal.

Os indícios coletados apontam que a invasão à terra indígena foi liderada por Jassônio Leite, considerado pelo Ibama um dos maiores grileiros de terras indígenas na Amazônia. Em abril de 2021, sem mencionar nomes, o órgão ambiental informou ter identificado o “chefe do esquema criminoso” de grilagem em terras indígenas na Amazônia e aplicou uma multa de R$ 105,5 milhões.

Operação do Ibama na TI Ituna Itatá, onde Zequinha Marinho é investigado por envolvimento em grilagem . Foto: Ibama
Operação do Ibama na TI Ituna Itatá, onde Zequinha Marinho é investigado por envolvimento em grilagem . Foto: Ibama

Envolvimento do Senador Zequinha Marinho

O inquérito passou a incluir Zequinha Marinho devido a suspeitas de advocacia administrativa, sugerindo ligações dele com Jassônio Leite. A atuação do senador seria em defesa dos interesses dos grileiros na região da Ituna-Itatá, localizada no município de Senador Porfírio (PA). Um assessor do senador também foi apontado nas investigações por manter ligações com Jassônio Leite.

Decisão Judicial

Na decisão que transferiu a investigação para o Supremo Tribunal Federal, o juiz federal Leonardo Araújo de Miranda Fernandes destacou: “No transcorrer das investigações, constatou-se que os crimes teriam sido liderados por Jassônio Leite, o qual possui fortes ligações com o Senador Zequinha Marinho, e que, por meio de um de seus assessores, estaria utilizando a função pública para interferir diretamente nos interesses econômicos que conflitam com a demarcação da terra indígena Ituna-Itatá”.