O procurador Demétrius Oliveira de Macedo, que na última semana foi filmado espancando a colega de trabalho e procuradora-geral, Gabriela Samadello Monteiro de Barros, virou réu por tentativa de feminicídio. A agressão aconteceu dentro da Prefeitura de Registro, em São Paulo, no dia 20 de junho, mas Demétrius só foi preso no dia 23.
A denúncia de tentativa de feminicídio foi feita pelo Ministério Público (MP) e aceita pelo juiz Raphael Ernane Neves da Justiça do estado paulista nesta última terça-feira, 28.
Demétrius agora tem o prazo de 10 dias para apresentar a sua defesa prévia. Nos últimos dias, a defesa do acusado alegou que ele teve um “surto psicótico”.
“É evidente que os acontecimentos do último dia 20/6 ocorreram em novo episódio psicótico, provavelmente com delírio persecutório, em meio ao qual, privado da razão, o procurador lamentavelmente veio a cometer os atos de lesão corporal que merecem o absoluto repúdio da sociedade”, disse o advogado, de Demétrius, Marcos Modesto, em nota.
Já no documento da denúncia feito pelo MP e divulgada pelo portal G1 nesta quarta-feira, 29, o órgão retratou a ocorrência como “evidente intento homicida”. O que significa, segundo a denúncia, que o acusado tentou matar a procuradora. Rebatendo a alegação da defesa, o MP diz que a vítima não foi assassinada, segundo o órgão, por “circunstâncias alheias à vontade do agente”, ou seja do agressor.
Segundo relato da vítima, para a Polícia Civíl, Demétrius já havia apresentado comportamento suspeito e sido grosseiro com outra funcionária do setor.
Antes de ser preso, o agressor teve o salário cortado pela Prefeitura e foi afastado.
Após a agressão, Demétrius prestou depoimento à Polícia Civil, admitiu o crime e foi liberado por “falta de flagrante”. Na época, ele alegou que sofria “assédio moral” no local de trabalho.