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Crise no transporte público: sem acordo, rodoviários da Monte Cristo continuam com paralisação

A paralisação dos rodoviários da empresa Monte Cristo entra no segundo dia nesta terça-feira, 26. Sete linhas de ônibus que atendem cerca de 10 mil usuários por dia pararam de circular e não há previsão para o fim da paralisação.

Segundo os trabalhadores, o motivo da greve é o atraso no pagamento de salários, e benefícios trabalhistas como ticket alimentação e férias. A empresa tem cerca de 400 trabalhadores. 

De acordo com o Sintrebel, a dívida por atrasos da empresa já soma cerca de R$700 mil reais. 

Ao BT, o Sintresbel disse que solicitou apoio ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setransbel) nas negociações com a Monte Cristo. Ainda segundo os rodoviários, a empresa apresentou a proposta de parcelar os valores atrasados, o que foi recusado pela categoria.

CRISE NO TRANSPORTE PÚBLICO

O Setransbel reforçou em nota a situação caótica do sistema de transporte coletivo da Região Metropolitana de Belém. Segundo os empresários, “o desequilíbrio financeiro das empresas é provocado pela redução na tarifa técnica e tem impossibilitado honrar com os custos elevados do sistema de transporte. A deficiência no setor vem sendo agravada e o reflexo é a escassez de recurso das empresas para cumprir os devidos pagamentos, em razão da falta de determinação das desonerações e subsídios previstos pela Prefeitura de Belém que iriam repor a tarifa técnica estabelecida em R$ 5,01 pela Semob, e aprovada pelo Conselho de Transporte”.

O Setransbel ressalta ainda que a redução do ICMS não beneficiou o preço do diesel, que permanece em 17%, o que não acompanha a inflação.

A entidade afirma ainda que se deve levar em consideração o aumento de vários itens da operação, como pneus, manutenção, salário, custo dos combustíveis, peças para manutenção dos veículos que se tornaram mais caras, e tudo isso tem sido pouco custeado por meio da tarifa de R$ 4,00 reais, que é insuficiente para a manutenção do sistema.