Durante uma coletiva de imprensa na última sexta-feira, 29, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, afirmou que a primeira remessa de vacinas contra varíola dos macacos (21 mil doses), encomendadas pelo Brasil, deve ser entregue no mês de setembro. Entretanto, a vacinação será restrita a dois grupos prioritários.
Segundo a pasta, 50 mil doses chegarão ao Brasil. A segunda parcela (com outras 29 mil doses) deve chegar ao país em novembro.
As doses devem chegar no país via Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
“O Ministério da Saúde fez sua encomenda à Opas de 50 mil doses de vacina. Para se ter uma ideia, para toda a região das Américas, o pedido do fundo rotatório é da aquisição de 100 mil doses de vacinas”, declarou o secretário.
Medeiros ressaltou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda, neste momento, a vacinação em massa contra a doença.
QUEM RECEBERÁ AS DOSES DA VACINA?
A orientação da entidade, que será como a vacinação ocorrerá no Brasil inicialmente, é de que a vacinação seja direcionada para pessoas expostas a alguém contaminado e para aqueles com alto risco de infecção.
Segundo a pasta, apenas profissionais de saúde que manipulam as amostras recolhidas de pacientes e pessoas que tiveram contato direto com doentes serão vacinados. O esquema de vacinação será feito em duas doses, com intervalo de 30 dias entre elas.
O secretário também ressaltou que o índice de transmissibilidade e de letalidade da doença são baixos e diferentes dos observados na covid-19. Medeiros indicou também a intenção do governo federal de fazer tratativas com o Instituto Butantan ou com o Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), caso eles produzam o imunizante contra varíola dos macacos.
1° MORTE POR VARÍOLA DOS MACACOS NO BRASIL
Também nesta sexta-feira, 29, foi confirmada a primeira morte por varíola dos macacos no Brasil, este foi o sexto caso no mundo e o primeiro fora da África.
O paciente era um homem, de 41 anos, internado em Belo Horizonte (MG). Segundo o Ministério, o paciente apresentava baixa imunidade e comorbidades, incluindo um quadro de linfoma, câncer no sistema linfático, que levaram ao agravamento clínico. A causa da morte foi apontada como choque séptico, agravada pela infecção pelo vírus Monkeypox (varíola dos macacos).
No Brasil, foram confirmados 1.066 casos da doença e 513 suspeitas. Mais de 700 casos estão no estado de São Paulo.