A estudante Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, que já responde pelo desvio de quase R$ 1 milhão dos fundos da comissão de formatura de uma turma de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), se tornou ré pelo crime de estelionato. A informação foi confirmada na manhã desta sexta-feira (26) pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Denúncia do MPSP
A denúncia apresentada pelo Ministério Público foi encaminhada para a 32ª Vara Criminal, no Foro Central Criminal da Barra Funda.
Durante as investigações, a Polícia Civil apontou que Alicia teria feito uma aposta de R$ 891 mil em uma lotérica, mas pagou apenas R$ 891,53 no Pix, valor mil vezes menor que o devido de fato.
Detalhes do caso
Em julho de 2022, a estudante tentou realizar um conjunto de jogos na Lotofácil em uma lotérica na zona sul de São Paulo, que totalizava um valor de R$ 891,53, no qual apresentou como prova do pagamento um agendamento de transferência via Pix. As funcionárias do estabelecimento começaram a registrar os jogos e a entregar os comprovantes para a apostadora, mas a gerente desconfiou da situação e questionou a estudante sobre quando o dinheiro cairia. Nesse momento, segundo a polícia, a aluna teria tentado enganar os funcionários da lotérica ao mostrar um comprovante de transferência no valor de R$ 891,53, mas a gerente pediu que as apostas fossem interrompidas.
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Consequências
Segundo a polícia civil, Alicia faturou, no total, R$ 326 mil em premiações da Lotofácil depois de realizar dezenas de jogos de alto valor.
Na ocasião, a CNN procurou contato com a defesa de Alice, que alegou estar aguardando a oportunidade para dar a versão dela e esclarecer tudo. “A acusada se colocou imediatamente à disposição das autoridades policiais, e tem colaborado com a apuração da verdade, a elucidação dos fatos, e pela consequente busca da Justiça”, dizia a nota.
Relembre o caso do desvio de dinheiro da formatura
A aluna Alicia Dudy Muller Veiga também é acusada de desviar quase R$ 1 milhão do fundo de formatura de sua turma no curso de Medicina da USP. Na ocasião, os integrantes da comissão de formatura afirmaram que o dinheiro foi arrecadado durante quatro anos.
Alicia era a presidente da comissão e, no final de 2021, pediu para que o valor arrecadado fosse transferido para sua conta pessoal, com a justificativa de que a empresa contratada não estava prestando um bom serviço e decidiu investir o recurso junto à uma corretora, de quem teria, posteriormente, sofrido um golpe. No entanto, ela não teria solicitado aval dos outros membros da comissão para realizar essa transferência.
A Polícia e o MPSP não acreditaram na versão dela. A jovem foi denunciada pela prática de estelionato por oito vezes. A Justiça de São Paulo aceitou e a estudante se tornou ré em março deste ano no caso do desvio da comissão de formatura.