Nesta terça-feira, 12, a delegada responsável pela prisão de Giovanni Quintela Bezerra, médico anestesista acusado de estuprar uma paciente em uma cirurgia de cesárea, falou sobre o caso à Globonews.
Bárbara Lomba afirmou que Giovanni pode ser considerado um criminoso em série. “Tudo indica que seja um criminoso em série realmente, porque há muitos indícios de repetição desse tipo de crime”, afirmou.
A delegada disse, ainda, que o vídeo gravado pela equipe do hospital mostra que Giovanni não tem preocupação na hora de executar o crime. “Pelo procedimento, pela atuação dele. No vídeo é possível ver que ele já tem uma desenvoltura, ele não mostra muita preocupação na hora de executar o crime. Isso indica que ele já vem praticando há algum tempo”, ponderou.
Para a responsável pelo caso, o crime indica um abuso de relação de poder. “Há um abuso de poder. Eu penso que os crimes são cometidos baseados nessa relação de poder, nesse abuso do poder dele naquele momento”, disse.
Bárbara Lomba também falou sobre o depoimento de uma técnica de enfermagem que alertou sobre o comportamento de Giovanni. “A equipe de enfermagem já havia questionado. Houve um relato de uma técnica de enfermagem que começou a observá-lo de forma mais próxima e ele começou a olhar para ela para intimidá-la. Ele começou a tratar os integrantes dessa equipe de forma mais rude justamente porque havia essa relação de poder ali”, contou.
A delegada falou, ainda, que essas relações de poder são utilizadas para impedir a denúncia. “Essas relações de poder são utilizadas para a prática dos crimes. Para que as pessoas continuem impunes. Para essas pessoas que estão em uma situação hierarquicamente superior continuem impunes. Para que as pessoas fiquem com medo de denunciar”, afirmou.
Por fim, a delegada parabenizou a equipe do hospital responsável pela denúncia e afirmou que os profissionais devem ser protegidos. “Essa equipe tomou essa atitude corajosamente, bravamente. E que tem que ser aplaudida. Eles têm que ser protegidos, nós temos que falar deles para que eles sejam protegidos. Eles têm medo de sofrer represálias, e esse medo é legítimo”, finalizou.
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