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‘Ele ficava falando baixinho no meu ouvido’, relata paciente de anestesista preso por estupro

Foto: Reprodução.

Depois da prisão em flagrante de Giovanni Quintella Bezerra por estuprar uma paciente durante uma cesárea no Hospital da Mulher em Vilar dos Teles, São João Meriti, município na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, mais três mulheres foram ouvidas na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da cidade, nesta terça-feira, 12.

Uma das mulheres, que não quiseram se identificar, contou à polícia que estranhou o procedimento adotado pelo anestesista, no dia 5 de junho deste ano, no mesmo hospital da denúncia. Ela contou que viu a notícia na TV e se desesperou. “Não sei se aconteceu alguma coisa comigo, estava sedada, mas quando vi na TV fiquei desesperada”, disse.

“A única coisa que me recordo da cirurgia é da voz dele. Ele ficava falando baixinho ao meu ouvido, isso me incomodava.”

Vítima do anestesista.

A paciente, que tem três filhos, relembrou que não havia sido sedada nas outras cesáreas que realizou. “Estranhei porque fui completamente sedada, com anestesia geral. Essa é minha terceira cesárea e nunca aconteceu isso das outras vezes”, contou.

Ela reforçou, ainda, a importância de outras mulheres denunciarem. “Isso que ele fez é uma violência com a gente e com a família. A gente não tem segurança no momento mais feliz da nossa vida. Deus queira que ele seja o único (estuprador), porque ele já foi preso e a Justiça já foi feita. Mas é importante que outras mulheres venham à delegacia para denunciar essa violência”, falou.

Vítima esteve na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. Foto: Reprodução.

O marido da vítima contou que, depois do parto, foi retirado da sala. E, depois, a mulher foi sedada. “Depois que eu saí, ela foi sedada. Tudo isso é revoltante”, desabafou.

Além do casal, outras duas mulheres estiveram na delegacia. Uma delas contou que teve bebê no último dia 3 e sofreu o que chamou de “apagão”. “Ele me tranquilizou, disse que ia me anestesiar, que era só pra eu relaxar. Eu apaguei e só acordei quando ele já estava limpando as mãos ou tirando as luvas. Não sei bem, estava tudo embaçado ainda”, narrou.

Ela conta que se assustou quando viu o caso na TV. “É uma situação muito delicada. Ninguém entra numa cirurgia preocupada se vai acontecer alguma coisa, se vai ser abusada. O que me preocupou, e que falei pra minha mãe e meu companheiro, foi a sedação, o apagão. Quando vi o caso na TV foi um susto. A gente fica pensando, será que aconteceu? Será que ele consegui? É muito dolorido. A gente não está saindo na noite, é muito delicado”, lamentou.