O Hezbollah do Líbano confirmou neste sábado, 28, a morte de seu líder, Sayyed Hassan Nasrallah, após um ataque aéreo israelense na sexta-feira, 27. A ofensiva, descrita pelo grupo como um “traiçoeiro ataque aéreo sionista”, atingiu a sede central do Hezbollah nos subúrbios do sul de Beirute, capital libanesa.
Nasrallah era uma figura-chave do Hezbollah, conhecido por transformar o grupo em uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio. Filho de um dono de mercearia, Nasrallah nasceu em Beirute em agosto de 1960 e cresceu sob a sombra da guerra civil libanesa. Quando Israel invadiu o Líbano em 1982, ele reuniu combatentes para resistir à ocupação, dando origem ao movimento que se tornaria o Hezbollah.
O chefe do exército de Israel, Herzi Halevi, afirmou que o ataque foi realizado “após um longo período de preparação” e no “momento certo, de forma muito contundente”. Halevi também alertou que esta operação não seria o fim das ações de Israel contra o Hezbollah, indicando que “há mais ferramentas no futuro”.
Os ataques aéreos continuaram em Beirute durante a sexta-feira, com Israel afirmando que os alvos eram centros de comando e locais de produção e armazenamento de armas utilizados pelo Hezbollah. O Ministério da Saúde libanês informou que pelo menos seis pessoas morreram e 91 ficaram feridas nos bombardeios, ressaltando que a contagem de vítimas ainda não era definitiva.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, expressou solidariedade ao Hezbollah e criticou a ofensiva israelense. Em sua primeira mensagem desde o assassinato de Nasrallah, Khamenei declarou que “todas as forças de resistência regionais” estão ao lado do grupo libanês. “Israel é demasiado pequeno para causar danos significativos ao Hezbollah”, afirmou. Khamenei acrescentou que o destino da região será determinado pelas forças de resistência, com o Hezbollah “no topo dessa luta”.
Os ataques de Israel ao Líbano continuaram neste sábado, enquanto a tensão na região permanece elevada, e o Hezbollah promete retaliar pela morte de seu líder. O conflito, que já resultou em vítimas civis e danos significativos em Beirute, ameaça agravar ainda mais a instabilidade no Oriente Médio.
Num comunicado na manhã deste sábado, os militares israelenses disseram que conduziram “ataques extensos” nas últimas duas horas na área de Beqaa e no sul do Líbano, alegando que tinham como alvo lançadores do Hezbollah, instalações de armazenamento de armas e locais de infraestrutura.
O CONFLITO ENTRE ISRAEL E HEZBOLLAH
Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões do Líbano nos últimos dias. Na segunda-feira, 23, o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã. A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.
Além disso, uma incursão terrestre não foi descartada.O Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. O governo brasileiro também avalia uma possível missão de resgate.