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Incêndios florestais na Amazônia Legal provocaram a maior emissão de carbono desde 2010

Os incêndios florestais que devastaram a Amazônia Legal em 2024 provocaram a maior liberação de gases de efeito estufa desde 2010, de acordo com o observatório europeu Copernicus. As emissões de carbono foram estimadas em 176,6 megatoneladas, um recorde histórico que reflete a gravidade da crise ambiental na região.

CARBONO EMITIDO NA AMAZÔNIA

Segundo Mark Parrington, cientista sênior do Copernicus, as queimadas de grandes proporções nas Américas tiveram papel significativo nas emissões globais de carbono. Além da Amazônia, o Pantanal brasileiro e a Bolívia foram particularmente afetados, contribuindo para o agravamento do cenário.

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Dados alarmantes do Inpe confirmam tendência

Os dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), reforçam a situação crítica. Entre janeiro e novembro de 2024, a Amazônia registrou 134.979 focos de incêndio, um aumento de 43,7% em relação ao mesmo período de 2023, marcando o maior índice desde 2007. Outros biomas também enfrentaram aumentos expressivos: o Cerrado teve crescimento de 64,2% nos focos, enquanto no Pantanal o salto foi de impressionantes 139%.

Impactos ambientais e à saúde

Além de contribuir para as emissões de gases de efeito estufa, os incêndios pioraram drasticamente a qualidade do ar. Em muitas regiões do Brasil e da Bolívia, os níveis de material particulado fino ultrapassaram os limites recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) entre agosto e outubro de 2024. Essa poluição afeta diretamente a saúde das populações locais, causando problemas respiratórios e cardiovasculares.

Pantanal: um bioma sob fogo intenso

No Pantanal, considerado a maior área úmida tropical do planeta, o cenário foi igualmente grave. Em maio e junho de 2024, o bioma registrou 3,3 megatoneladas de carbono liberadas, o maior valor da série histórica. No acumulado do ano, o estado de Mato Grosso do Sul, onde se concentra grande parte do bioma, alcançou 18,8 megatoneladas de emissões, também um recorde.

Seca severa agrava crise ambiental

A seca na Amazônia, que começou a se intensificar em meados de 2023, foi um dos principais fatores por trás do aumento das queimadas. A temporada de incêndios, tradicionalmente concentrada entre agosto e outubro, foi antecipada devido à falta de chuvas, com os primeiros sinais de severidade climática já em julho de 2024.

Convergência de crises na América do Sul

A situação na Bolívia também foi alarmante, com emissões recordes atribuídas aos incêndios de grande escala. Outros países com presença do bioma amazônico, como a Venezuela, também enfrentaram problemas semelhantes, revelando uma crise regional que exige atenção internacional.

Os recordes de emissões e queimadas em 2024 destacam a urgência de ações globais e locais para mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger os biomas brasileiros e sul-americanos. O desafio é colossal, mas medidas coordenadas são cruciais para frear a degradação ambiental e garantir um futuro mais sustentável.

*Com informações de Folha de São Paulo.

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