Muitas cores, gritos e topete suado. O ator Austin Butler dá vida ao rei do rock, Elvis Presley, em uma cinebiografia intensa como a vida do saudoso “the pelvis” e cheia de exageros característicos do diretor Baz Luhrmann.
“Elvis” mostra o rei do rock nos bastidores da fama desde a sua origem na música até seus últimos dias de vida (se é que ele morreu mesmo… nunca se sabe).
O ator Austin Butler se joga com tamanha intensidade na vida de Presley, que em certo momento é possível encará-lo como o próprio, esquecendo que se trata de atuação.
Butler consegue no longa uma grande vantagem em comparação com outras atuações de cinebiografias. Aqui vemos vivência de personagem, algo muito diferente de imitação como em outros casos (alô, Bohemian Rhapsody!), em que o ator se preocupa mais em se igualar cada micro reação do vivenciado do que em transparecer naturalidade.
Teremos indicação ao Oscar? Quem sabe, mesmo bem longe do tempo de premiações, o ator pode chamar a atenção da academia já que os responsáveis pelo prêmio amam uma representação de personagens históricos.
É um filme pra quem gosta de exageros, já que tudo que não tem aqui são reações comedidas.
Na outra ponta do filme está um Tom Hanks com quilos de maquiagem e uma aura tão perversa que só faltou o gato no colo para virar vilão de quadrinhos de máfia. É mais um Tom Hanks sendo Tom Hanks, só que com (MUITA) maquiagem e ganância. Isso não significa que o eterno Forrest Gump esteja atuando mal, mas é bem difícil comprar o ator boa praça, com quem você tranquilamente comeria um churrasco de domingo tomando uma breja, pagando de malvadão que estragou a vida do topetudo rebolante.
DIRETOR DOS EXAGEROS E CORTES RÁPIDOS:
O longa é dirigido por Baz Luhrmann, e pra quem não reconhece pelo nome, o diretor é responsável pelo musical intensamente amado por uns (e odiado por muitos outros), Moulin Rouge (2001) e também pelo clássico Romeu + Julieta (1996), filme de releitura da história de William Shakespeare onde os personagens trocam tiros ao invés de espadas, e que tem o eterno crush da geração de adolescentes dos anos 90, Leonardo DiCaprio.
Pra quem conhece (e gosta) do estilo de Luhrmann é um prato cheio. Cortes rápidos, tela dividida, letreiros na tela e muita, muita narração, aqui no porto de vista do vilão do filme, Tom Parker (vivido por Hanks).
Tem músicas do Elvis? Claro! Mas passa longe de ser um musical… aqui você não vai achar pessoas dançando na rua ou cantando nada, mas as performances de Elvis no palco, estas são tão memoráveis que arrepiam, principalmente se você for fã do topetudo. É o puro suco da paixão pelo artista. Em relação às polêmicas, não se anime, aqui Elvis passa longe de ser controverso como o verdadeiro rei, mas vale a pena a grana do ingresso e o tempo investido.
São 2 horas e 40 minutos que pesam um pouco, mas que jamais se tornam um problema.
Veja o trailer: