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Anestesista que estuprou grávida durante o parto desligou alarme de aparelho que monitorava a vítima

O anestesista Giovanni Quintela Bezerra começa a ser julgado no próximo dia 12 de dezembro pelo estupro de uma paciente durante uma cesariana realizada em um hospital em São João do Meriti, no Rio de Janeiro.

O julgamento começa exatos cinco meses após a prisão em flagrante de Giovanni, que foi filmado pela equipe de enfermagem do hospital enquanto cometia o crime.

Na noite de domingo, 4, o Fantástico divulgou novas imagens feitas pela equipe do hospital que mostram que, além do estupro, Giovanni colocou a vida da paciente em risco para ter a oportunidade de cometer o abuso.

Nas imagens, Giovanni aparece administrando diversas doses de cetamina e propofol para sedar a paciente. De acordo com o inquérito do caso, o acusado fez sete aplicações de sedativos na vítima. Segundo peritos, a quantidade de anestésicos extrapolou o que é habitualmente utilizado em uma cesariana.

Giovanni Quintella Bezerra. Foto: Reprodução.

Após as aplicações e depois começar o abuso, o vídeo mostra que o acusado desliga um alarme sonoro que soa na sala de operação assustando os demais médicos presentes. Este alarme é do monitor multiparâmetro, que podem corresponder à queda de saturação de oxigênio da paciente. Isto porque além da sedação e da falta de máscara de oxigênio, Giovanni ainda obstruiu as vias aéreas da vítima ao cometer o abuso.

PEDIDO DA DEFESA

A defesa de Giovanni Quintella pediu à Justiça que o vídeo não seja considerado no julgamento. A alegação é de que a filmagem foi feita sem conhecimento dos envolvidos e sem autorização da Polícia ou do Ministério Público.

A Justiça negou o argumento afirmando que “crimes desta natureza quase sempre são cometidos às escondidas tendo, geralmente, como única prova a palavra da vítima, que naquela oportunidade se encontrava sedada, sem qualquer possibilidade de reação, resistência ou mesmo de prestar depoimento futuramente”. A decisão reforçou ainda que a captação foi feita por profissionais de saúde, que, naquela circunstância, tinham o dever de proteger a gestante.

Defesa pediu que Giovanni Quintella respondesse julgamento em liberdade. Foto: Reprodução.

Além disso, a defesa de Giovanni Quintella pediu que o acusado responda ao julgamento em liberdade. O argumento utilizado foi o de que ele é réu primário, tem endereço fixo e não oferece risco à ordem pública.

A Justiça também negou o pedido e o acusado segue preso em uma cela individual do pavilhão 8 de Bangu, destinado a detentos com curso superior. E isolado dos demais detentos por causa de ameaças. Giovanni Quintella Bezerra vai responder por estupro de vulnerável.