O policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, réu pelo homicídio do guarda municipal petista Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu (PR), em 9 de julho deste ano, permaneceu em silêncio durante audiência nesta quarta-feira (28/9), e não respondeu às perguntas feitas sobre o ocorrido.
A defesa de Guaranho alega que o acusado está com amnésia e não se lembra do dia do crime. A audiência foi encerrada poucos minutos após ser iniciada.
Após a audiência, a Justiça abriu os prazos para as manifestações finais do Ministério Público, da acusação e da defesa. O caso ainda pode ir a júri popular.
Agora, a promotoria tem um prazo de 5 dias para apresentar as alegações finais. Os advogados de Guaranho terão prazo de 20 dias para fazer suas considerações.
O CASO
O guarda municipal de Foz do Iguaçu Marcelo Arruda, candidato a vice-prefeito pelo PT nas últimas eleições, foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, em julho. A festa tinha como tema o partido e fazia várias referências ao ex-presidente e candidato à Presidência Lula (PT).
O evento seguia normalmente quando Jorge Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi ao local e discutiu com os participantes. Ele levava no carro a esposa e a filha, um bebê de colo
Guaranho voltou à festa de aniversário de Arruda após uma discussão sobre preferências pelos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
“O denunciado, então, deixou o local, mas não sem antes prometer que lá retornaria e acabaria com todos, não obstante a fútil motivação da querela (preferências político-partidárias antagônicas)”, diz um trecho da denúncia feita pelo Ministério Público no mês de julho.
O MP também afirma na peça que Guaranho reafirmou a motivação política do ataque. “Ainda na parte externa, Jorge José da Silva Rocha Guaranho, dolosamente e imbuído da mesma fútil motivação, dizendo ‘petista vai morrer tudo’, detonou dois disparos contra a vítima, atingindo-a no abdômen e na coxa-direita, o que a fez cair”