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Justiça manda soltar Juliana Guigni; Família se diz aliviada

Depois de ficar presa por uma semana, a advogada Juliana Giugni, filha de Arlene Guigni, que foi assassinada em janeiro deste ano, conseguiu, através de habeas corpus, ser solta da prisão. Ela havia sido presa de forma preventiva, por meio de denúncia do Ministério Público do Pará (MPPA), que investiga o caso. O irmão dela, Leonardo Felipe Giugni segue preso desde o dia da morte. Ele confessou ter matado a própria mãe e responde por homicídio qualificado.

Neste sábado (22), Juliana já estava em casa, de acordo com a família da advogada. A liberação ocorreu após uma decisão liminar do Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA) que concedeu habeas corpus em favor da advogada. No pedido, a defesa dela alegou, entre outros pontos, não existem circunstâncias concretas que justifiquem a prisão. Depois que, em junho, o Ministério público passou a investigar ela no caso. A promotoria do MP ainda estuda recorrer da decisão que permitiu a soltura da advogada.

Em conversa com o BT, a prima de Juliana acredita que agora a justiça está sendo feita. “Queremos mostrar a versão da Juliana. Muitas coisas que não são verdade foram ditas. A Juliana é uma sobrevivente, ela foi ferida no dia da morte da minha tia. A nossa família está tentando se reerguer de novo. A sensação que temos é de impotência, a gente falava, mas ninguém ouvia. Foi muito estarrecedor quando saiu a notícia da prisão”, disse.

De acordo com a família de Juliana, não há provas concretas da autoria da advogada na morte da mãe, como apontava a promotoria do MP no pedido de prisão preventiva que foi feito. “Desde o dia 20 de janeiro o celular do Felipe está com eles. O promotor não ouviu nem eu, nem a minha mãe, que é tia da Juliana. O advogado de defesa dele nunca se manifestou”, completou a prima.

Na decisão do TJPA, entendeu-se que a prisão provocou constrangimento e violou o princípio da presunção de inocência. A prisão foi transformada em domiciliar.

O OUTRO LADO

Já a defesa de Leonardo Felipe Giugni, alega que a faca e as manchas de sangue se justificam com base na perícia técnica, nos depoimentos dos bombeiros e policiais militares que estiveram no local. O sangue que aparece em Juliana é o seu e ocorreu por conta de perfurações feitas pelo seu irmão. Ele entregou a faca para ela e, ao pegar o utensílio, ela fugiu do apartamento.

REVIRAVOLTA

Em janeiro deste ano, o advogado Leonardo Giugni confessou ter matado a própria mãe e ferido a própria irmã em Belém. O caso aconteceu no dia 18 daquele mês, no bairro Batista Campos. O suspeito foi preso em flagrante dentro do apartamento da família, denunciado pelos crimes de feminicídio triplamente qualificado por motivo fútil, contra a mãe, e tentativa de feminicídio quadruplamente qualificado, contra a irmã, envolvendo ainda asfixia.

ATUAÇÃO DO MPPA

No dia 30 de junho, um pedido do Ministério Público do Pará trouxe uma reviravolta ao caso. A promotoria de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher concluiu que ficou comprovado que o feminicídio contra a mãe foi praticado pela irmã, sendo o advogado coautor.

O MP afirma que laudos de exame de corpo de delito com vestígios, predominantemente, da irmã na lâmina da faca de madeira, além de depoimentos de testemunhas, corroboram com a acusação de Juliana.